sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Deixa Ela Entrar

São meados dos anos 1980, e o solitário e calado menino Oskar conhece certa noite a estranha menina Elly, que se mudara junto de um senhor que aparenta ser seu pai para o gelado condomínio em que moram. 
Elly é sozinha, não tem amigos, surge no playground para brincar apenas à noite e, embora faça frio, não demonstra sentí-lo, sempre usando vestes finas. 
Aos poucos os dois jovens, cada qual mergulhado num tipo específico de exclusão profunda, vão construindo uma terna amizade, abala pela estarrecedora descoberta de que Elly é, na realidade, uma vampira!
Revelado em festivais de cinema ao redor do mundo que foram pouco a pouco descobrindo-o, este singelo filme sueco é uma insuspeita obra-prima, e um dos melhores filmes da década 2000-2010, onde se percebe, encapsulados, todos os elementos que constituem a indefinível magia do cinema.
O jovem Kare Hildebrand é surpreendente, mas nada se compara à sensacional menina Lina Leanderson, que dá corpo, voz e atitude à pequena vampira Elly, como conotações e sutilezas dramáticas de uma atriz adulta.
A técnica carregada de preciosismo do diretor Thomas Alfredson cria cenas arrebatadoras, uma atrás da outra, sendo seus exemplos mais fortes e perenes a cena em que Elly mata pela primeira vez (um momento a um só tempo brutal e sentimental) e a memorável cena da piscina (um exemplo perfeito de como se é possível construir cenas verdadeiramente impactantes sem a necessidade de efeitos especiais ou de grande orçamentos). 
Uma inesquecível obra cinematográfico, no mais amplo sentido da palavra, para se ver e rever sempre.

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