terça-feira, 3 de novembro de 2015

August Underground

A intenção pretendida pelo diretor Fred Vogel de chocar abertamente o expectador é atingida com tal extremismo que este filme se tornou o primeiro de um trilogia que consta facilmente entre os mais aterradores e atrozes filmes já realizados.
Se há uma história, ela não é facilmente apreendida em meio às cenas terrivelmente perturbadoras que se seguem.
Há um trio de protagonistas –dois homens, uma mulher –ela, cativa em um porão, suja do próprio sangue e do que parecem ser fezes (!). Os dois homens são seus torturadores. Pegaram-na junto do namorado cujo cadáver é mostrado trucidado, mutilado e em decomposição, e desde então a mantém presa para seu divertimento sádico.
Um deles aparece o tempo todo, interpretado (e muito bem) pelo próprio diretor Vogel; o outro, seu cúmplice, é quem manuseia a câmera inquieta que a tudo registra.
No percurso que esses protagonistas psicóticos seguem, há uma série de ações que gera, no expectador, reações muito específicas.
Tratam-se de invasões, estupros, assassinatos. Casas e lojas são invadidas sistematicamente e a segurança dos moradores é posta em xeque através de sequências que a um só tempo conseguem ultrajar e desestabilizar uma pessoa normal.
Não é um filme que se presta a ser visto com indiferença. Há quem diga que sequer é um filme, mas sim um tratado sobre dor, sadismo e crueldade em níveis impronunciáveis.
É necessário preparar o espírito e os nervos para tentar completar sua travessia –e ao fim dela, resta a recompensa talvez não muito alentadora de ter assistido um dos filmes mais perturbadores de todos os tempos.

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