A intenção pretendida pelo diretor Fred Vogel
de chocar abertamente o expectador é atingida com tal extremismo que este filme
se tornou o primeiro de um trilogia que consta facilmente entre os mais
aterradores e atrozes filmes já realizados.
Se há uma história, ela não é facilmente
apreendida em meio às cenas terrivelmente perturbadoras que se seguem.
Há um trio de protagonistas –dois homens, uma
mulher –ela, cativa em um porão, suja do próprio sangue e do que parecem ser
fezes (!). Os dois homens são seus torturadores. Pegaram-na junto do namorado
cujo cadáver é mostrado trucidado, mutilado e em decomposição, e desde então a
mantém presa para seu divertimento sádico.
Um deles aparece o tempo todo, interpretado (e
muito bem) pelo próprio diretor Vogel; o outro, seu cúmplice, é quem manuseia a
câmera inquieta que a tudo registra.
No percurso que esses protagonistas psicóticos
seguem, há uma série de ações que gera, no expectador, reações muito específicas.
Tratam-se de invasões, estupros, assassinatos.
Casas e lojas são invadidas sistematicamente e a segurança dos moradores é
posta em xeque através de sequências que a um só tempo conseguem ultrajar e
desestabilizar uma pessoa normal.
Não é um filme que se presta a ser visto com
indiferença. Há quem diga que sequer é um filme, mas sim um tratado sobre dor,
sadismo e crueldade em níveis impronunciáveis.
É necessário preparar o
espírito e os nervos para tentar completar sua travessia –e ao fim dela, resta
a recompensa talvez não muito alentadora de ter assistido um dos filmes mais
perturbadores de todos os tempos.
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