Divertidíssimo, este "Toxic Avenger".
Tido como a grande produção da Tromma (produtora dos anos 1970 e 1980
especializada em filmes grotescos e alternativos, em grande parte dirigidos ao
público punk), ele reúne uma produção de relativa qualidade, certa inspiração
na direção, uma trama descontraída muito bem equilibrada entre o simples e o
bem acabado, e aquela qualidade intrínseca aos filmes que conseguem o feito
raro de marcar um período: Ser o filme certo, na hora e no lugar certos!
Sim, pois não há melhor momento do que a década
de 1980, tão carregada de maneirismos peculiares, e ainda provida daquela
incorreção política saudável, que seria abolida pelo entretenimento na década
seguinte (fazendo dela um momento tão cínico), para contar a história de
Melvin, o jovem zelador de uma academia de ginástica que sofre maus tratos dos
frequentadores marombados e afetados dessa mesma academia (incluindo aí algumas
garotas lindas e fúteis), e que vão num crescendo preocupante, até culminar em
sua quase morte: Ele cai em um tonel de dejetos radioativos, e (como costuma
acontecer na maior parte das ficções) se transforma numa espécie de monstro, deformado,
grotesco, ainda que musculoso e forte. Com o tempo ele arruma um lugarzinho
para morar (um toca paupérrima no meio do mato!), e até mesmo uma namorada
(muito gostosa e cega!!!).
Num ritmo e tom de história em quadrinhos,
Melvin se torna o super-herói da cidade, e os jovens “descolados e esnobes” são
assim seus vilões, isso pelo menos até que suas ações de ‘justiceiro’ chamem a
atenção do prefeito e dos outros políticos corruptos da região.
E tão afetado é o seu registro que nos pegamos
torcendo pelo ‘vingador tóxico’ para que lhes dê a devida lição; sem dúvida,
uma forma dos realizadores buscarem a franca identificação de seu público,
normalmente bastante discriminados, naquela época, pelos populares da escola.
Uma realização tão curiosa
e fora do comum não podia escapar da sina de tornar-se Cult com o passar do
tempo. Mais até: “Toxic Avenger” terminou se tornando aquilo que ele mesmo
parodiava, uma produção de sucesso, cujo personagem principal virou tema para a
comercialização de bonequinhos e outras traquitanas. A Tromma Produções
realizou até continuações deste que é seu maior sucesso em toda sua história,
todos incapazes de repetir o êxito do original.
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