Aos 24 anos, Jordan Belfort tornou-se corretor
da bolsa de valores de Wall Street logo após a queda das ações de 1989.
Desempregado, ele recorreu às firmas de ações menores que especulavam com
clientes de classe média baixa, até Jordan ter a inovadora ideia de fazer uso
de sua lábia privilegiada para vender tais ações aos tubarões graúdos que
negociavam diretamente com os grandes corretores.
O resultado levou sua empresa de fachada, a
Stratton Oakland, a tornar-se um sucesso e ele, um milionário, tudo através de
meios ilícitos. Não tardou para que o assim chamado ‘lobo de Wall Street’
caísse na mira do FBI.
Esta primorosa e anárquica recriação de Martin
Scorsese do turbilhão de alcool, drogas e orgias que constitui a vida
tumultuada do esteleonatário Jordan Belfort, foi muito influenciada por seu
próprio trabalho no seminal "Os Bons Companheiros"; lá está a narrativa
esperta, entrecortada por momentos imensamente espirituosos de seu diretor, nos
quais ele lança mão de um sem fim de recursos (edição, trilha sonora, narração
em off, e outros artifícios mais), para enredar o expectador numa trama que
transformam as três horas de duração num breve e delicioso deleite.
Afirmar (como muitos críticos afirmaram) que
Scorsese está emulando a si mesmo, é uma postura no mínimo canhestra e
rabugenta diante do filme maravilhoso que ele consegue entregar; notável mesmo
é concluir o fôlego e a vitalidade que preserva este realizador de 71 anos, ao
mostrar-se plenamente capaz de igualar êxitos artísticos que ele mesmo
conseguiu urgir a mais de vinte e cinco anos atrás.
Atenção para a fantástica
atuação de Leonardo Dicaprio, certamente uma das melhores de sua carreira, e a
beleza (e nudez) de Margot Robbie.
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