domingo, 14 de fevereiro de 2016

O Chicote e O Corpo

Mario Bava possui uma postura das mais formais neste trabalho todo climático, impregnado por percepções de que o passado é, em determinada medida e circunstância, uma maldição que persegue os personagens.
Ambientado numa mansão campestre, lúgubre e desolada, que em tudo remete à “O Morro dos Ventos Uivantes”, Bava relata a história de maus-tratos, sofridos por uma família, de seu patriarca, cujo fantasma regressa aparentemente, para atormentá-los.
Em sua costumeira e confortável personificação de vilão, Christopher Lee aparece com um bronzeado tão atípico e bizarro que, conforme e iluminação em cena, parece até meio verde (!), o quê, aliás, parece proposital visto que é até ressaltado no cartaz da produção.
Não é de se duvidar que seja essa uma das muitas opções estéticas que Bava toma ao longo do filme (algumas francamente discutíveis), que ele narra com depurada lentidão a fim de preencher momentos silenciosos com o máximo de tensão.

Ainda que este não seja um de seus momentos mais inspirados, poucas vezes o sopro do vento, ao som diegético, pareceu tão opressor.

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