Um dos mais reflexivos e existenciais contos de
ficção científica de que se tem notícia, a obra de Mamoru Oshi é também um
exemplo do potencial técnico das animações japonesas: Sem maiores arroubos de
pirotecnia, "Ghost In The Shell" avança quase que com uma surpresa
visual a cada cena.
2029. Japão. Quase integralmente substituída
por partes cibernéticas (a ponto de sequer ter certeza se há algo de realmente
humano nela), a Major Motoko é designada para a caçada à um hacker misterioso
chamado Mestre das Marionetes, famoso criminoso virtual especialmente do
interesse do Ministério das Relações Exteriores.
Mas a origem do Mestre das Marionetes, os
motivos pelos quais o governo o quer capturado, e a fonte das inquietações da
própria Major Motoko podem levar a um desfecho surpreendente.
Datado de 1995, "Ghost In The Shell"
está, ao lado de "Akira", entre os grandes trabalhos da animação
japonesa. A técnica com a qual é concebida sua percepção de futurismo é de tal
maneira arrojada e inovadora que ele influencia filmes até hoje, sendo a
trilogia "Matrix" um dos exemplos mais claros.
Fascinante, contudo,
permanece mesmo a sua discussão insolúvel sobre os limites da humanidade e da
consciência, as percepções da lembrança e de todas as características
intrínsecas que nos tornam indivíduos.
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