Os bons autores reconhecem, no gênero da ficção
científica, o terreno onde suas tramas acomodam inquietações que refletem nossa
sociedade, seja de ordem política, filosófica, existencial ou pessoal.
“Contra O Tempo” embora não seja a mais
espetacular das realizações (talvez, peque pelo peso excessivo que a narrativa
dá ao seu andamento), é um trabalho no qual essas características casam com
perfeição.
Ele conta uma história onde um capitão do
exército norte-americano desperta num trem de Chicago, na companhia de uma moça
que desconhece. Nos oito minutos seguintes, ele descobrirá que todos naquele
trem morreram num atentado a bomba, e que ele, como parte de uma experiência do
governo, tem a missão de reviver as últimas lembranças de um ocupante do trem até
descobrir o responsável.
Diretor do instigante
"Lunar", Duncan Jones criou aqui mais uma vez um belo conto de ficção
científica onde ele questiona os limites da mente e da realidade, com base na
gradual conscientização de seu protagonista (o ótimo Jake Gyllenhall) da
situação fantástica em que está metido.
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