Entre os magníficos “Sorgo Vermelho” e
“Lanternas Vermelhas”, Zhang Ymou e Gong Li fizeram este “Amor e Sedução”, uma
obra fabulosa que une características de drama de época, romance suspense e
film noir, com elementos até sobrenaturais. Uma curiosa e delicada junção de
gêneros a exemplo do que ele fez mais timidamente em “Sorgo...”.
“Amor e Sedução” narra a história do amor
proibido entre um empregado e a mulher de seu patrão, durante a China feudal. E
as cenas que Ymou constrói para avançar a história são de um primor
surpreendente, não apenas porque ele conta com uma Gong Li absolutamente linda
e no domínio de sua técnica (e uma atriz assim, com essas qualidades, já eleva
um filme por si só), mas porque ele próprio é um diretor brilhante, exímio na
composição entre ritmo e enquadramentos de câmera; e vale lembrar que em todos
os seus filmes a direção de fotografia é de um preciosismo raro.
O filme começa a ganhar tintas trágicas quando um acidente sofrido pelo marido (e diretamente relacionado aos dois amantes, pegos em flagrante) o deixa paralítico, sendo confinado a uma espécie de balde de madeira.
A personagem de Gong Li, grávida do empregado, dá a luz à um menino que, talvez devido a uma fantasmagórica vingança dos ancestrais por causa de sua traição, gosta mais do marido do que do empregado (seu pai verdadeiro).
O filme começa a ganhar tintas trágicas quando um acidente sofrido pelo marido (e diretamente relacionado aos dois amantes, pegos em flagrante) o deixa paralítico, sendo confinado a uma espécie de balde de madeira.
A personagem de Gong Li, grávida do empregado, dá a luz à um menino que, talvez devido a uma fantasmagórica vingança dos ancestrais por causa de sua traição, gosta mais do marido do que do empregado (seu pai verdadeiro).
A trama caminha, com a mais fina das ironias,
em direção à uma tragédia.
O mais inusitado dos trabalhos envolvendo Gong
Li e Zhang Ymou, “Ju Dou” é aquele onde a especificação de gênero mais intriga
o expectador: Ao contrário de suas outras obras, este filme trafega entre um
registro e outro, alternando a forma como observa a condição humana desde o
cômico até o sombrio, o belo até o grotesco. É uma postura que enriquece o
filme e mostra a excelência com que Ymou trabalha suas narrativas, tenham elas
a abordagem que tiverem.
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