Guy Ritchie é um diretor nada usual.
Apesar de ser, comprovadamente, um dos grandes fracassos de 2015, eu adorei o
seu “Agente da U.N.C.L.E.”, e posso dizer o mesmo de seus dois acelerados
(ainda que demasiados!) “Sherlock Homes” com Robert Downey Jr.
O meu preferido dele, contudo, continua sendo
este brilhante “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumagantes”, um caso raro de
primor cinematográfico no qual o título incomum já dá uma idéia de toda a
brincadeira: um obra cheia de força e ímpeto, sobre gente muito violenta e sem
vontade de ocultar essa violência, mas que não deixa de ser engraçada de uma
maneira desconcertante.
Raro também é o fato de Guy Ritchie ter levado
esse inconformismo narrativo à todos os seus filmes, sempre fazendo questão de
ostentar uma distinção pulsante do comum, ainda que tropeços tenham ocorrido
aqui ou ali.
O filme que nos apresentou a Guy Ritchie começa
com um grupo de jovens amigos, britânicos e espertalhões (entre os quais, Jason
Statham, em sua estréia no cinema).
Um deles (Jason Flemyng) resolve arriscar suas
chances (e economias) num jogo de pôquer com figurões mafiosos, e termina
saindo de lá com uma astronômica dívida que, se não for saudada, pode fazer seu
pai perder o negócio da família (ou ambos perder a própria vida).
Com a corda no pescoço, eles decidem então
providenciar um assalto a um grupo barra-pesada de criminosos e arrumam duas
armas antigas de cano longo para a operação.
Mas esses tais criminosos têm lá seus planos,
bem como os mafiosos, e um grupo criminoso rival, isso e mais um assassino de
aluguel (Vinnie Jones, sensacional) com o curioso hábito de levar seu filho
pequeno para observar os ‘serviços’ do pai (!), todos, personagens que
incrementam muito mais as confusões dessa narrativa absolutamente fabulosa.
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