Não são raras às vezes em que Takashi Miike
parece querer desafiar a razão com este seu trabalho, um misto efusivo,
visceral e nonsense de anime (desenho japonês), filme adolescente e de yakuza.
Difícil dizer sem uma consulta prévia se o grau
de absurdo já existia no material original (um mangá popular no Japão) ou se
foi conseqüência da personalidade notória de seu realizador, ainda que, sobre
inúmeros aspectos este seja um trabalho seu de caráter mais comercial.
De qualquer forma, a trama nos coloca no
Colégio Suzuran Boys High, cujo sistema estudantil em frangalhos está dominado
pela gangue do invencível Tamao. Disposto a fazer fama e desafiar sua
supremacia, o bom de briga Genji inicia uma espécie de escalada na violenta
hierarquia da escola, valendo-se de algumas dicas de um conselheiro, empregado
da yakuza.
Não há qualquer realismo no registro
pretensamente brutal de Miike: Cenas como a do ‘boliche humano’, ou mesmo alguns
personagens absolutamente caricatos em termos visuais e dramáticos deixam isso
bem claro.
Mas, como em muitas obras
de Miike, essa abstenção da realidade não afasta o filme de uma qualidade
notável: “Operação Corvo” pulsa um frescor e um fôlego que seu diretor lhe
impõe com vigor, da primeira à última cena.
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