segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Operação Corvo

Não são raras às vezes em que Takashi Miike parece querer desafiar a razão com este seu trabalho, um misto efusivo, visceral e nonsense de anime (desenho japonês), filme adolescente e de yakuza.
Difícil dizer sem uma consulta prévia se o grau de absurdo já existia no material original (um mangá popular no Japão) ou se foi conseqüência da personalidade notória de seu realizador, ainda que, sobre inúmeros aspectos este seja um trabalho seu de caráter mais comercial.
De qualquer forma, a trama nos coloca no Colégio Suzuran Boys High, cujo sistema estudantil em frangalhos está dominado pela gangue do invencível Tamao. Disposto a fazer fama e desafiar sua supremacia, o bom de briga Genji inicia uma espécie de escalada na violenta hierarquia da escola, valendo-se de algumas dicas de um conselheiro, empregado da yakuza.
Não há qualquer realismo no registro pretensamente brutal de Miike: Cenas como a do ‘boliche humano’, ou mesmo alguns personagens absolutamente caricatos em termos visuais e dramáticos deixam isso bem claro.
Mas, como em muitas obras de Miike, essa abstenção da realidade não afasta o filme de uma qualidade notável: “Operação Corvo” pulsa um frescor e um fôlego que seu diretor lhe impõe com vigor, da primeira à última cena.

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