sábado, 26 de novembro de 2016

O Sono da Morte

É muito legal ver o garotinho Jacob Tremblay novamente depois do show que ele deu em “O Quarto de Jack”. Desta vez, ele é Cody, um pequeno órfão que, por razões misteriosas (já que ele é dócil e cativante) foi devolvido diversas vezes ao lar de adoção.
Quem se prontifica a ficar com ele é o casal Mark (Thomas Jane, de “O Nevoeiro”) e Jessie Hobson (Kate Bosworth, a Lois Lane de “Superman-O Retorno”, de Bryan Singer) que o adotam a fim de amenizar a dor pela perda trágica do filho biológico.
Mas, Cody possui um segredo: Ele toma estimulantes e bebe cafeína o tempo todo a fim de evitar o máximo possível que adormeça, pois ele sabe (e os adultos não acreditam nele) que algo terrível se manifesta a partir do momento em que ele dorme.
E esse horror foi responsável pelo fim de seus pais adotivos anteriores.
O jovem diretor Mike Flanagan vem se destacando em meio à nova safra de cineastas com grande potencial no gênero do terror –capitaneados por James Wan e seus “Invocação do Mal 1 e 2”.
Uma das características marcantes de Flanagan é sua habilidade bastante contundente de unir elementos dramáticos aos paradigmas do terror, enfatizando os pormenores da trama e criando proximidade dos personagens com o público; enfim, o diretor que tem o bom-senso de priorizar a dramaturgia em detrimento da pirotecnia (fazer o oposto é o erro crasso da maioria dos jovens diretores).
Está longe de ser o melhor trabalho dele (que para muitos é consenso ser o arrepiante “O Espelho”), embora seja bastante eficaz na atmosfera que se revela palpitante e intensa na maioria das cenas, apesar de um ou outro momento sem muito encaixe narrativo, e dos últimos quinze revelarem uma inclinação inapropriada à fantasia que não combina muito com o clima suscitado.
De qualquer modo, é bem conduzido pela eficiente presença de Kate Bosworth, à vontade no papel de mãe sofrida, ainda que sua parceria com o ótimo Jacob Tremblay não chegue nem perto da química espetacular que ele demonstrou com Brie Larson em “O Quarto de Jack”.

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