É muito legal ver o garotinho Jacob Tremblay
novamente depois do show que ele deu em “O Quarto de Jack”. Desta vez, ele é
Cody, um pequeno órfão que, por razões misteriosas (já que ele é dócil e
cativante) foi devolvido diversas vezes ao lar de adoção.
Quem se prontifica a ficar com ele é o casal
Mark (Thomas Jane, de “O Nevoeiro”) e Jessie Hobson (Kate Bosworth, a Lois Lane
de “Superman-O Retorno”, de Bryan Singer) que o adotam a fim de amenizar a dor
pela perda trágica do filho biológico.
Mas, Cody possui um segredo: Ele toma
estimulantes e bebe cafeína o tempo todo a fim de evitar o máximo possível que
adormeça, pois ele sabe (e os adultos não acreditam nele) que algo terrível se
manifesta a partir do momento em que ele dorme.
E esse horror foi responsável pelo fim de seus
pais adotivos anteriores.
O jovem diretor Mike Flanagan vem se destacando
em meio à nova safra de cineastas com grande potencial no gênero do terror –capitaneados
por James Wan e seus “Invocação do Mal 1 e 2”.
Uma das características marcantes de Flanagan é
sua habilidade bastante contundente de unir elementos dramáticos aos paradigmas
do terror, enfatizando os pormenores da trama e criando proximidade dos
personagens com o público; enfim, o diretor que tem o bom-senso de priorizar a
dramaturgia em detrimento da pirotecnia (fazer o oposto é o erro crasso da maioria dos jovens
diretores).
Está longe de ser o melhor trabalho dele (que
para muitos é consenso ser o arrepiante “O Espelho”), embora seja bastante
eficaz na atmosfera que se revela palpitante e intensa na maioria das cenas,
apesar de um ou outro momento sem muito encaixe narrativo, e dos últimos quinze
revelarem uma inclinação inapropriada à fantasia que não combina muito com o
clima suscitado.
De qualquer modo, é bem
conduzido pela eficiente presença de Kate Bosworth, à vontade no papel de mãe
sofrida, ainda que sua parceria com o ótimo Jacob Tremblay não chegue nem perto
da química espetacular que ele demonstrou com Brie Larson em “O Quarto de Jack”.
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