Embora visto de modo geral (e não sem alguma
razão) como um trabalho menor na notável filmografia de Sofia Coppola, este
“Bling Ring” indica um pertinente acentuamento na sua busca por um olhar de
descobertas íntimas dirigidas aos seus personagens tão cercados por luxo, e tão
isolados do mundo (ou daquilo que eles almejam obter do mundo) por essas mesmas
circunstâncias.
Nesta história, jovens
adolescentes da classe média californiana expressam seu fascínio pelas
celebridades milionárias que transitam pela mesma cidade em que moram visitando
furtivamente suas casas e roubando pequenos objetos pessoais. Aos poucos, a
empolgação gerada pelos atos ilícitos, e a sensação ilusória de que isso as
aproxima de seus ídolos, os levam a intensificar essa vida de crimes. Baseado
num fato real amplamente reportado pela mídia, a diretora Sofia Coppola realiza
o mesmo estudo lúdico e desigual sobre as incongruências da juventude moderna
que ela faz desde sua estréia em "As Virgens Suicidas". Desta vez,
ressaltando a desconcertante ausência de uma noção de certo e errado à qual
tais condições podem conduzir. A ressonância moral que ela busca relega até
mesmo o único nome famoso do elenco (Emma Watson, da série "Harry
Potter") a um inesperado papel coadjuvante.
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