Vejamos, tudo começa em uma perseguição de
carro na qual as razões nunca ficam muito claras (minto: Em um diálogo, Dedé
comenta com Didi que ele “mexeu com a mulher errada”), e onde a noção
periclitante –para dizer o mínimo –de ritmo e montagem da direção de Adriano
Stuart já fica mais que evidente.
Mais até do que simplesmente ruim, a
incapacidade de encontrar um tom harmônico no resultado torna tudo até
perturbador: As cenas, em especial as de ação, sucedem-se num clima tão
mambembe e equivocado que excedem sua duração razoável e parecem mais
prolongamentos surreais de um pesadelo.
Ah, sim, a história: Após serem perseguidos, os
Trapalhões são abordados, no meio do mato e sem mais nem menos, por uma espécie
de galã do espaço sideral (Pedro Aguinaga) que lhes pede ajuda (por que ele
pede ajuda a eles, ao invés de algum terráqueo mais capaz do que os quatro
trapalhões é um mistério que se mantém para além do filme...). Segundo ele (uma
versão rasteira, fuleira e afetada de Luke Skywalker), seu planeta é assolado
pelo julgo de um vilão intergaláctico (uma versão rasteira, fuleira e afetada
de Darth Vader) que deseja parte de um computador que ele detém –ou algo
assim...
Essa deixa tênue conduz assim o famoso quarteto
de comediantes televisivos (e aqui em sua primeira e infelizmente pouco
auspiciosa união em cinema, já que Mauro Gonçalves, o Zacarias, tinha acabado
de unir-se ao grupo na época –eles teriam outras chances, no futuro para fazer
filmes bem melhores) em direção ao que provavelmente deve ser uma das mais
precárias, incompreensíveis e vexaminosas tentativas de pegar carona no
retumbante sucesso de então deflagrado por “Star Wars”.
Reza a lenda que o filme dos Trapalhões só não
consegue ser pior do que o ultrajante, sem noção e terrivelmente tosco “Star
Wars Turco”, um filme lendário de tão mal feito.
Não significa que ele não
tenta: Efeitos especiais de fundo de quintal, história rasteira, roteiro
rudimentar, direção precária, tudo isso resulta num apanhado de circunstâncias
técnicas que tornaram o filme tão incoerente quanto estranho, singular em sua
ruindade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário