sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Os Trapalhões Na Guerra dos Planetas

Vejamos, tudo começa em uma perseguição de carro na qual as razões nunca ficam muito claras (minto: Em um diálogo, Dedé comenta com Didi que ele “mexeu com a mulher errada”), e onde a noção periclitante –para dizer o mínimo –de ritmo e montagem da direção de Adriano Stuart já fica mais que evidente.
Mais até do que simplesmente ruim, a incapacidade de encontrar um tom harmônico no resultado torna tudo até perturbador: As cenas, em especial as de ação, sucedem-se num clima tão mambembe e equivocado que excedem sua duração razoável e parecem mais prolongamentos surreais de um pesadelo.
Ah, sim, a história: Após serem perseguidos, os Trapalhões são abordados, no meio do mato e sem mais nem menos, por uma espécie de galã do espaço sideral (Pedro Aguinaga) que lhes pede ajuda (por que ele pede ajuda a eles, ao invés de algum terráqueo mais capaz do que os quatro trapalhões é um mistério que se mantém para além do filme...). Segundo ele (uma versão rasteira, fuleira e afetada de Luke Skywalker), seu planeta é assolado pelo julgo de um vilão intergaláctico (uma versão rasteira, fuleira e afetada de Darth Vader) que deseja parte de um computador que ele detém –ou algo assim...
Essa deixa tênue conduz assim o famoso quarteto de comediantes televisivos (e aqui em sua primeira e infelizmente pouco auspiciosa união em cinema, já que Mauro Gonçalves, o Zacarias, tinha acabado de unir-se ao grupo na época –eles teriam outras chances, no futuro para fazer filmes bem melhores) em direção ao que provavelmente deve ser uma das mais precárias, incompreensíveis e vexaminosas tentativas de pegar carona no retumbante sucesso de então deflagrado por “Star Wars”.
Reza a lenda que o filme dos Trapalhões só não consegue ser pior do que o ultrajante, sem noção e terrivelmente tosco “Star Wars Turco”, um filme lendário de tão mal feito.
Não significa que ele não tenta: Efeitos especiais de fundo de quintal, história rasteira, roteiro rudimentar, direção precária, tudo isso resulta num apanhado de circunstâncias técnicas que tornaram o filme tão incoerente quanto estranho, singular em sua ruindade.

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