Quem era criança ou adolescente por volta dos
anos 1980, dificilmente deixa de incluir “De Volta Para O Futuro” –senão todos
os três filmes, ao menos, o primeiro e mais sensacional deles –em sua lista de
melhores filmes.
É uma daquelas obras que marcou toda uma
geração.
Não à toa, há um apelo irresistível na história
do jovem Marty McFly (Michael J. Fox, perfeito), um típico adolescente em pleno
ano de 1985 que embarca por acaso numa máquina do tempo travestida de um carro
modelo DeLorean, e acaba voltando vinte anos no tempo, em 1965, onde tem um
encontro com seu pai (Crispin Glover) e sua mãe (Lea Thompson), então
adolescentes como ele, e sem querer coloca em risco sua própria existência
futura. Para colocar todas as coisas em seu devido lugar sem mudar o curso da
história e ainda conseguir um meio de retornar para sua época ele conta com a
ajuda do amalucado inventor da máquina do tempo, Dr. Emmett Brown (Christopher
Loyd, impagável).
Produzida por Steven Spielberg e dirigida por
Robert Zemeckis, esta inventiva aventura enfrentou inusitados contratempos até
ganhar as telas: Seu protagonista, originalmente o ator Eric Stolz foi
substituído por Michael J. Fox mesmo já tendo realizado quase metade das cenas;
o roteiro era reescrito dia a dia, com as filmagens em curso, havendo um
momento em que o formato imaginado para a máquina do tempo era, até mesmo, uma
geladeira (!).
Nada disso impediu que o filme obtivesse larga
aprovação de público que transformou ele, nos anos seguintes, numa das mais
marcantes e queridas referências do cinema para histórias de viagem no tempo.
A idéia de Zemeckis e dos produtores era
retomar o segundo filme tão logo foi terminado o primeiro (e no que diz
respeito às cenas que intercalam os dois filmes isso realmente foi feito), mas
logo após o sucesso do primeiro filme, o diretor Zemeckis foi convidado pelo
mesmo produtor, Steven Spielberg, para capitanear um projeto de alto grau de
ineditismo no cinema: A arrojada junção de desenho animado e filme chamada “Uma
Cilada Para Roger Rabbit”, o quê promoveu um intervalo de quase cinco anos
entre o primeiro e o segundo (embora, eles tenham compensado isso filmando este
e o terceiro simultaneamente).
A única baixa decorrente desse ocorrido foi a
da bela atriz Claudia Wells, que interpretava a namoradinha do protagonista, e
nas seqüências foi substituída por Elizabeth Shue (basta reparar como eles
tiveram de refazer toda a cena que encerra “De Volta Para O Futuro 1” e inicia
“De Volta Para O Futuro 2” só por causa da troca de atrizes).
Desta vez, Marty McFly, acompanha seu amigo, o
Doutor Emmett Brown, numa viagem no tempo, em direção ao futuro. Mas lá, por
alguns minutos a máquina do tempo lhes é roubada pelo vilanesco Biff. Quando
retornam à sua época presente, o ano de 1985, tudo está transformado numa
realidade alternativa onde Biff achou um meio de tornar-se milionário, e
arruinou a vida não só da família de Marty, como de toda a cidade. Para
corrigir as coisas eles terão de voltar ao ano de 1965, onde tudo parece ter começado.
Sobre esta continuação eletrizante e rocambolesca de "De Volta Para O
Futuro" uns dirão que é confuso no modo como se relaciona com o filme anterior,
outros que é inegavelmente divertido.
Ambos os casos são verdade, embora a
descontração contagiante que consegue suscitar no expectador deixe tais
detalhes em segundo plano.
Após o final aberto do filme anterior, que
deixou a trama praticamente engatilhada para o terceiro filme, lançado poucos
meses depois (algo que, por incrível que possa parecer, o cinema comercial
norte-americano só ousou fazer novamente em 2003, com as duas continuações de
“Matrix”, “Reloaded e Revolutions”), reencontramos Marty McFly ainda preso no
ano de 1965. Agora, ele deve encontrar a máquina do tempo e voltar para 1985,
mas antes disso precisa voltar na época do Velho Oeste, por volta de 1885, onde
seu amigo Emmett Brown se estabeleceu e, ao que tudo indica, está enfrentando
problemas, devido à sua inesperada atração por uma graciosa professora (Mary
Steenburgen, realmente encantadora), o que o leva a entrar em atrito com o
fora-da-lei Mad Dog Morgan (Thomas F. Wilson, que fez também o papel do vilão
Biff, nos dois filmes anteriores).
Essa mudança radical de
atmosfera e ambientação pode ter contribuído para fazer deste o filme mais
fraco da trilogia, ainda assim é uma aventura que esbanja bom humor e
criatividade.
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