sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Tootsie

É sempre bom lembrar do gênio versátil que tinha o falecido diretor Sydney Pollack.
Daquela que é possivelmente uma de suas fases mais produtivas –os anos 1980 –surgiu um de seus trabalhos mais apreciados pelo público: O maravilhoso “Tootsie”.
Nele, somos agraciados com mais uma extraordinária atuação de Dustin Hoffman, mas, todavia, aqui as coisas são diferentes: Dustin interpreta não apenas o ator Michael Dorsey, talentoso, porém desempregado em razão dos constantes embates que seu gênio criativo o leva a travar com os diretores (e que por isso, o restringe às insuficientes aulas de interpretação); Dustin também interpreta Doroty Michaels, a personagem feminina em quem Michael se traveste para enfim conquistar um emprego como parte de um elenco fixo de uma novela, e ter, afinal, dinheiro para pagar as contas.
Aos trancos e barrancos, ele vai mantendo sua farsa a despeito das complicações que aparecem: Uma namorada de quem ele tenta esconder tudo; o sucesso cada vez maior da personagem que está interpretando (na novela!); os avanços assanhados do diretor do programa.
É quanto ele se apaixona por uma colega de trabalho (interpretada por uma belíssima Jéssica Lange, vencedora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante) que as coisas ameaçam começar, de fato, a dar errado.

Perspicaz, o diretor Pollack (que aqui dá algumas investidas como ator no papel do agente perplexo de Michael) ampara todo o roteiro, e o humor que dele advém, em seu magistral elenco –onde (não havia como ser diferente) brilha a inacreditável desenvoltura de Dustin Hoffman.

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