É sempre bom lembrar do gênio versátil que
tinha o falecido diretor Sydney Pollack.
Daquela que é possivelmente uma de suas fases
mais produtivas –os anos 1980 –surgiu um de seus trabalhos mais apreciados pelo
público: O maravilhoso “Tootsie”.
Nele, somos agraciados com mais uma
extraordinária atuação de Dustin Hoffman, mas, todavia, aqui as coisas são
diferentes: Dustin interpreta não apenas o ator Michael Dorsey, talentoso, porém
desempregado em razão dos constantes embates que seu gênio criativo o leva a
travar com os diretores (e que por isso, o restringe às insuficientes aulas de
interpretação); Dustin também interpreta Doroty Michaels, a personagem feminina
em quem Michael se traveste para enfim conquistar um emprego como parte de um
elenco fixo de uma novela, e ter, afinal, dinheiro para pagar as contas.
Aos trancos e barrancos, ele vai mantendo sua
farsa a despeito das complicações que aparecem: Uma namorada de quem ele tenta
esconder tudo; o sucesso cada vez maior da personagem que está interpretando
(na novela!); os avanços assanhados do diretor do programa.
É quanto ele se apaixona por uma colega de
trabalho (interpretada por uma belíssima Jéssica Lange, vencedora do Oscar de
Melhor Atriz Coadjuvante) que as coisas ameaçam começar, de fato, a dar errado.
Perspicaz, o diretor Pollack (que aqui dá
algumas investidas como ator no papel do agente perplexo de Michael) ampara
todo o roteiro, e o humor que dele advém, em seu magistral elenco –onde (não
havia como ser diferente) brilha a inacreditável desenvoltura de Dustin
Hoffman.
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