Katherine Heigl é uma atriz tão atrelada ao
gênero de comédia romântica (ela quase sagrou-se como uma espécie de substituta
de Meg Ryan e Sandra Bullock) que corremos o risco, bastante justificável, de
que é disso que se trata este filme. Mas, o registro de “Casamento de Verdade”
é muito mais dramático.
Talvez um pouco de humor até fizesse bem à
mistura.
Katherine é Jenny, uma jovem assistente social
há anos envolvida com Kitty, interpretada por Alexis Blender –e não há dúvidas
de que as duas belas atrizes escolhidas para ser o casal central são um fetiche
à parte, mas, falemos do filme...
Com a data do aniversário de casamento de seus
pais (Tom Wilkinson, pontual em sua rabugentice, e Linda Emond) se aproximando,
Jenny se aproxima cada vez mais de contar toda verdade a eles, de que é
homossexual, e que deseja casar e ter filhos com Kitty.
É, portanto um daqueles filmes que exala
sensibilidade e discorre sobre a mensagem de aceitação de gêneros.
Curiosamente, ele soa um bocado conservador, no tratamento extremamente
convencional que dá ao material, dando a entender que, guardados os devidos
ajustes, roteiro e direção falam de algo que não compreendem, ou do qual são
incapazes de expressar sua devida compreensão. A personagem de Alexis Blender é
completamente ausente da maior parte da trama e de seus desdobramentos, e essa
é uma decisão que incomoda, evidenciando certa superficialidade no filme e
minando a espontaneidade na interação dos personagens –e, por conseguinte, de seus
atores.
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