quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Casamento de Verdade

Katherine Heigl é uma atriz tão atrelada ao gênero de comédia romântica (ela quase sagrou-se como uma espécie de substituta de Meg Ryan e Sandra Bullock) que corremos o risco, bastante justificável, de que é disso que se trata este filme. Mas, o registro de “Casamento de Verdade” é muito mais dramático.
Talvez um pouco de humor até fizesse bem à mistura.
Katherine é Jenny, uma jovem assistente social há anos envolvida com Kitty, interpretada por Alexis Blender –e não há dúvidas de que as duas belas atrizes escolhidas para ser o casal central são um fetiche à parte, mas, falemos do filme...
Com a data do aniversário de casamento de seus pais (Tom Wilkinson, pontual em sua rabugentice, e Linda Emond) se aproximando, Jenny se aproxima cada vez mais de contar toda verdade a eles, de que é homossexual, e que deseja casar e ter filhos com Kitty.

É, portanto um daqueles filmes que exala sensibilidade e discorre sobre a mensagem de aceitação de gêneros. Curiosamente, ele soa um bocado conservador, no tratamento extremamente convencional que dá ao material, dando a entender que, guardados os devidos ajustes, roteiro e direção falam de algo que não compreendem, ou do qual são incapazes de expressar sua devida compreensão. A personagem de Alexis Blender é completamente ausente da maior parte da trama e de seus desdobramentos, e essa é uma decisão que incomoda, evidenciando certa superficialidade no filme e minando a espontaneidade na interação dos personagens –e, por conseguinte, de seus atores.

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