segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Como Sobreviver A Um Ataque Zumbi

Os mortos-vivos estão na moda.
Se antes, nos tempos em que George Romero gozava da imagem de autor transgressivo, eles eram um subgênero quase marginal em relação à produção dos grandes estúdios e, sobretudo, quando comparados aos monstrengos mais clássicos do terror, hoje, eles estão em todo o lugar: Séries de TV (“The Walking Dead”), superproduções (“Guerra Mundial Z”), refilmagens celebradas (“Madrugada dos Mortos”), e até as inevitáveis paródias, categoria na qual este descompromissado “Como Sobreviver A Um Ataque Zumbi” se insere.
Ben (Tye Sheridan, que apareceu em grandes filmes como “A Árvore da Vida”, “Amor Bandido”, e ainda é o novo ciclope em “X-Men-Apocalypse”), Carter (Logan Miller) e Augie (Joey Morgan) são três escoteiros. Os dois primeiros já começam a perceber que esse detalhe lhes tira a chance de ganhar pontos entre as garotas –normalmente atraídas pelos caras que preferem não pagar mico –mas, o terceiro deles, o gordinho Augie, não só adora o grupo de escotismo como vê nele a melhor maneira de manter unido o trio de amigos de infância.
Ben e Carter planejam se ausentar da cerimônia de “formatura” dos escoteiros para ir a uma badalada festa na mesma noite em que uma infestação de zumbis eclode na cidade. E, talvez, no mundo inteiro!
Aliados à uma sensual stripper (a bela Sarah Dumont), que acaba fazendo as vezes de irmã mais velha, eles decidem tentar salvar o máximo de pessoas possível.
Tal e qual Columbus (o protagonista do divertidíssimo “Zumbilândia”) os jovens escoteiros possuem então, inadvertidamente, os recursos necessários para sobreviver ao apocalypse zumbi, ainda que essas mesmas características tenham sido ironicamente a razão para seus problemas de adequação social –é o gênero dos mortos-vivos, uma vez mais, servindo a uma espirituosa observação acerca das ambigüidades da sociedade e do ser humano, ainda que essa observação, neste caso, padeça de um tratamento mais elaborado.
Falta ao diretor Christopher Landon diversos predicados para conduzir de acordo este trabalho –ele não imprime humor aos momentos que deveriam ser engraçados; não convence num clima que deveria ser sensual (a cena em que a stripper tenta ensinar Ben a beijar); não dá ritmo aos momentos de ação; e não valoriza os momentos em que os zumbis aparecem, seja com uma genuína atmosfera de filme de terror (algo que “Todo Mundo Quase Morto”, por exemplo, faz maravilhosamente bem), seja dando a necessária ênfase ao trabalho de maquiagem (que aqui deixa a desejar mesmo em comparação aos exemplares mais pífios).
Ainda assim, um trabalho que poderá agradar os menos exigentes –no caso, aqueles que estiverem esperando um misto de filme de terror B, com comédias adolescentes (bem) descerebradas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário