segunda-feira, 13 de março de 2017

A Dama de Vermelho

São indissociáveis a figura do falecido comediante Gene Wilder e a do homem tímido, atrapalhado, não raro, desafortunado e, graças ao seu interesse por uma mulher espetacular, sujeito a toda a sorte de constrangimentos.
E em grande parte, isso se deve à este filme, hoje talvez não tão lembrado pelas novas gerações, mas bastante marcante (por inúmeras razões) para a geração, sobretudo, que acarinhou os filmes dos anos 1980, durante os quais foi criada a nova censura PG-13, da qual “A Dama de Vermelho” foi um dos primeiros filmes a receber tal classificação.
Wilder é um funcionário de escritório, careta, pai de família e bem casado (papel que sempre lhe coube feito uma luva) acometido pela súbita loucura por uma ruiva escultural que ele vê pela primeira vez no estacionamento de seu trabalho, trajando um esvoaçante vestido vermelho, e protagonizando uma tentadora cena sobre um duto de ventilação –e Kelly Le Brock, nessa seqüência que engatilha todas as confusões desta comédia, é realmente, de todos os modos cabíveis, uma aparição!
Por ela, o aparvalhado personagem de Wilder tem o estapafúrdio ímpeto de cometer adultério pela primeira vez, o que o leva a se envolver em quiproquós e confusões sem fim.
Os elementos que tornaram esta refilmagem americana de uma comédia francesa de 1976 um clássico dos anos 1980 são menos a sua realização e o seu roteiro (esquemático, algo pouco inspirado e, no final, quase uma espécie de massagem de ego para Gene Wilder) e mais pela tocada música "I Just Call To Say I Love You", ganhadora do Oscar de Melhor Canção.
A exemplo do baixinho Dudley Moore, na época, Gene Wilder, com seu estilo peculiar e muito norte-americano de fazer comédia, era um gigante nas bilheterias aos olhos dos estúdios, o quê o levava ao patamar de escolher projetos à dedo, e de preferência envolver-se naqueles onde poderia filmar cenas íntimas com um mulherão inacreditável como Le Brock (que fez “A Mulher Nota 1000”!) e ainda arrumar um bom personagem para sua esposa na vida real, a também comediante Gilda Radner.

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