O começo de “Educação” é magnificamente
promissor: Os créditos iniciais se apresentam expressivos e dinâmicos,
sugerindo ritmo e inventividade à narrativa, os primeiros takes até ensaiam uma
premissa em torno do universo estudantil (o quê, mais tarde, não se
confirma...) e a música sensacional de Paul Englishby estabelece de pronto um
espírito de descontração e alegria que não se vê com freqüência no cinema
independente norte-americano.
Tão logo sua trama se inicia, contudo, muito
dessa impressão se dissolve, ainda que o filme da diretora Lone Scherfig (de
“Italiano Para Principiantes”) preserve o tempo todo um interesse satisfatório
em acompanhá-lo.
Se há algo que corresponde à expectativa do
início, é o trabalho extraordinário da atriz Carey Mulligan. Ela interpreta uma
garota adolescente moradora do subúrbio de Londres nos anos 1960, prestes a se
formar e a prestar exames na concorrida universidade de Oxford.
Quando ela conhece um playboy com o dobro da
sua idade (Peter Sarsgaard, muito bem), aos poucos iniciando com ele um
relacionamento, a jovem é introduzida num mundo fascinante de festas, cultura e
arte que parece ser, para ela, uma alternativa de bem-estar e diversão ao trabalhoso
e enfadonho caminho universitário que lhe foi traçado.
Escrito pelo romancista (e expert em cultura
pop) Nick Hornby, este notável drama inglês vem carregado de alto-astral, em
grande parte graças à atuação sensível, profunda e descontraída de sua atriz
principal, o quê contribui para sua salutar capacidade de alcance ao gosto do
expectador.
Aos poucos o filme ensaia
uma curiosa análise da complexa condição da mulher moderna nos anos 1960 de
então.
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