Se na recente fantasia “A Grande Muralha” o
diretor chinês Zhang Ymou tinha o astro Matt Damon no comando do elenco, aqui
neste belo trabalho anterior ele conta com um Christian Bale quase recém-saído
de sua bem-sucedida experiência como Batman da “Trilogia do Cavaleiro das
Trevas” de Christopher Nolan, e em vias de ganhar um Oscar (de Melhor Ator Coadjuvante
em 2010, por “O Vencedor”).
1937. China. A cidade de Nanquim encontra-se em
frangalhos quando a ocupação do exército japonês se concretiza quase que por
completo. Nessas condições é que o agente funerário John Miller (Bale) chega ao
país a fim de lidar com o falecimento de um padre norte americano. Mas, sitiado
dentro da igreja, é ele quem tem que assumir a identidade de padre para
proteger dos soldados japoneses as jovens meninas orfãs abrigadas lá dentro,
junto das quais se junta também um grupo de prostitutas.
O perigo se intensifica a medida que eles
passam os dias tentando proteger-se lá dentro, e logo, a necessidade de um
audacioso plano de fuga se faz presente.
Todavia, alguns sacrifícios serão inevitáveis.
O diretor Ymou, talentoso e experiente, une
vários estilos e ritmos variados que ele adotou em sua extensa carreira para
elaborar imagens ricas –ainda que irregulares –deste que parece ser seu próprio
"Resgate do Soldado Ryan" (um filme de guerra onde ele tem a
oportunidade de usar de sua perícia para registrar com empolgação os momentos
atrozes –e por que não, vibrantes –da guerra, ainda que, mais a frente a trama
ganhe contornos bem diferenciados ao explorar a dinâmica entre os personagens
confinados na igreja), cuja narrativa tem por eixo principal o seu
protagonista, o grande Christian Bale.
Bastante inclinado a um cinema de expressões
mais hollywoodianas –e, não raro, tendencioso em seu registro, como prova
alguns de seus títulos –Ymou não tenta nem um pouco evitar a demonização dos
japoneses, mostrados aqui como torturadores sádicos, cruéis, desumanos e
implacáveis.
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