“John Wick” –o título original deste grande
filme que, sabe lá Deus porque, não foi usado no Brasil –remete de forma
inteligente a uma série de ótimas produções do cinema físico.
Filmes magníficos como “Haywire”, “O PagamentoFinal”, a Trilogia Bourne, “Cassino Royale” e até mesmo alguns trabalhos de
Harold Loyd e Buster Keaton –aos quais esta produção habilmente dirigida por
Chad Stahelski e por David Leitch se irmana –que não se resumem a meros filmes
de ação, mas a obras onde o movimento concebido por ação obedece a um fluxo de
tal beleza que se faz sintomático o interesse da câmera.
Sua premissa é simples, como também é simples a
premissa de um musical onde os atores, por definição do gênero, saem cantando e
dançando nas cenas, mas, sob este pretexto as seqüências que se desenrolam na
tela são de uma fluência atordoante.
Interpretado por Keanu Reeves (que cai como uma
luva para esse tipo de papel), o personagem título é um homem ainda no processo
de digerir o luto pela morte da esposa –a mais poderosa lembrança dela é,
portanto, o cachorrinho que ela lhe deu ainda em vida.
O mesmo cachorrinho que um bando de
inconseqüentes bandidos chefiados pelo filhinho de papai Iosef (Alfie Allen, o
Theon Greyjoy de “Game Of Thrones”) irá matar durante uma tentativa de assalto
à residência de Wick.
Na seqüência, esses bandidos (e o expectador)
descobrirão que John Wick era, antes de aposentar-se, uma lenda no submundo do
crime ao qual pertence o pai de Iosef, Viggo Tarasov (Michael Nyqvist, caricato
e apropriado ao papel de vilão).
Ele sabe, então, que a imprudência do filho
liberou uma força vingativa que ameaçará o seu império.
Lançado no mesmo ano do
aguardado “47 Ronins”, “De Volta Ao Jogo” surpreendeu por apresentar uma larga
superioridade cinematográfica em relação ao outro projeto de Keanu Reeves: Se
as expectativas eram de que a colorida fantasia de samurais resgatasse o
sucesso de sua carreira, este formidável filme de gangsteres e pistoleiros
inverteu tal equação terminando como o mais celebrado filme do ator desde o
cultuado “Matrix”.
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