quarta-feira, 19 de abril de 2017

Magia Ao Luar

Mais ou menos como no celebrado "Meia Noite Em Paris", Woody Allen usa de expedientes mágicos para contar esta história, lá no fundo, uma reflexão pessoal sobre arte e fé.
A verdade é que este é um dos filmes nos quais ele adotou uma espécie de fórmula: Afastar-se um pouco (mas, só um pouco) de sua amada Nova York, para então, procurar novas inspirações e novos temas que tivessem por ambientação e influência outras cidades ao redor do mundo, com todas as referências cinematográficas, artísticas e pessoais que essas cidades traziam em sua bagagem cultural e afetiva.
Desse princípio, surgiram obras, se não geniais, ao menos notáveis e graciosas como o já citado “Meia Noite Em Paris” –talvez, o melhor dessa safra –o hitchcockiano “Match Point”, o lascivo “Vicky Cristina Barcelona”, o exultante e macarrônico “Para Roma, Com Amor” e outros.
O local aqui escolhido é a encantadora e ensolarada Florença, na Itália, a lembrar a ambientação de tantas obras agraciadas de Eric Rohmer; e tal e qual o francês, Allen –num gesto de referência, talvez –pontuada seu filme com diálogos de natureza questionadora acerca da arte, das crenças e dos valores universais.
Mas, Allen não deixa de registrar tudo com um humor irresistível e, aqui, notadamente leve.
Stanley (Colin Firth, no topo da lista dos melhores atores a incorporar um alter-ego de Woody Allen), ele próprio um celebrado ilusionista, mágico dos palcos especializa-se em desmascarar charlatões que se aproveitam da ingenuidade alheia, menos por altruísmo e mais por um niilismo irreprimível (e muitas vezes inconveniente) que o norteia.
Chamado ao interior da Itália, em Florença, para socorrer uma família de ricaços que se encantou com uma suposta médium (a apaixonante e luminosa Emma Stone), ele se surpreende com a espontaneidade e autenticidade da jovem que foi desmascarar.
Diante das surpreendentes capacidades dela, ele começa a questionar seus próprios conceitos.
Aqui mais gracioso do que ferino, Allen se vale de um elenco que normalmente só grandes diretores como ele são capazes de reunir: Sua obra é agraciada com os talentos excepcionais de Colin Firth, Emma Stone e dos ótimos Simon McBurney, Márcia Gay Harden e Jacki Weaver.

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