Feito daquele ímpeto desigual que normalmente
acaba concretizando filmes ligeiramente desregrados, incomuns e curiosos que
viram cult, este “Free Fire” parece deixar a pretensão de lado, na maioria de
sua duração, para concentrar-se em ser um hábil conto sobre uma venda de armas
que deu terrivelmente errado.
Recheada, nesse ínterim, de tiros em profusão.
Para deixá-lo cheio de charme, o jovem diretor Ben
Wheatley ambienta tudo em Boston no que parecem ser os anos 1970 (roupas e
cabelos são indicativos) e coloca um elenco feito de escolhas pouco usuais para
dar corpo aos personagens marginais envolvidos nessa encrenca. Logo, nos chama a
atenção a presença da maravilhosa Brie Larson (linda, competente e ganhadora do
Oscar de Melhor Atriz por “O Quarto de Jack”) no papel de Justine, a única
mulher presente nessa presepada toda, uma espécie de moderadora entre Chris
(Cillian Murphy, ótimo), o irlandês que deseja adquirir armas e Vernon (o
excêntrico e sensacional Sharlto Copley, de “Distrito 9”) que quer vender tais
armas para ele; mas, logo fica claro que não será uma venda das mais
tranqüilas, sobretudo, porque as personalidades do vendedor (provocativo,
presunçoso e pouco confiável) e do comprador (arredio, paranóico e avesso à
mudanças de última hora) insistem em querer colidir.
Há mais pessoas que servirão de alvos para as
balas: O estiloso e ladino Ord (Armie Hammer, de “A Rede Social”) que aparece como
negociador e uma série de comparsas para ambos os lados; o viciado intragável e
encrenqueiro Stevo (Sam Riley); o instável Harry (Jack Reynor, de “Transformers-A
Era da Extinção”, irreconhecível); o discursivo Frank (Michael Smiley); o
furtivo e traiçoeiro Gordon (Noah Taylor) e muitos outros.
Some-se a esse pessoal a presença de dois
franco-atiradores, contratados por algum deles na intenção de trair os demais,
e uma desavença entre Stevo e Harry envolvendo a prima de um deles na noite anterior
e o diretor Wheatley tem então o pavio perfeito para o seu barril de pólvora.
Tudo o que sua narrativa precisa fazer é acompanhar com relativo fascínio pela
violência (no que remete absolutamente à Quentin Tarantino), os seus
personagens em direção à explosão que será inevitavelmente deflagrada.
O resultado é bala para todos os lados, com
pessoas rastejando todo o tempo num tiroteio insano e caótico que domina o galpão
onde tudo se passa.
“Free Fire” não é, e nem quer ser, mais que
isso. Seu cenário é rigorosamente o mesmo em suas aflitivas uma hora e meia de
duração, e ele não tem pretensões de aprofundar qualquer drama acerca de seus
personagens a não ser a intenção desesperadora de todos em escapar ileso de lá.
É uma cena que num outro filme policial qualquer renderia uma seqüência editada
de forma genérica, mas que aqui seu diretor se atreve a potencializar num filme
inteiro. Ele exagera no número de personagens –pelo menos, metade deles são
bastante desinteressantes, e certamente Brie Larson consegue ofuscar a todos –e
força a barra numa ou noutra situação, mas, parece jamais perder a completa
noção de qual tom é mais adequado a este filme.
E o que ele impõe aqui é
aflitivo, visceral e envolvente.
Obrigado pela resenha, Cillian Murphy é um excelente ator. Adoro muito os filmes, sobre tudo os que tem ótimas histórias, ancho que o trabalho de Cillian Murphy e bom, sempre escolhe projetos com um bom elenco e roteiro, é um profissional e em cada uma das suas obras me deixa hipnotizada com o seu grande talento em a Dunkirk, é uma obra prima. Ancho que é umo dos mehores filmes do ator Cillian Murphyy, seu personagem exige muito esforço e talento também o ritmo do filme foi muito ameno, acho que é um filme que impacta todo o público.
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