Recém-saída de “Sucker Punch-Mundo Surreal”, de
Zack Snyder, a jovem e promissora atriz Emily Browning embarcou num projeto que
certamente deve ter chocado aqueles que esperavam dela um pouco de cautela e
bom comportamento: Ao contrário do que podem sugerir os títulos (o original e o
nacional) deste “Sleeping Beauty” não há nada de contos de fadas aqui.
Emily interpreta Lucy, uma bela jovem inglesa
que vive à duras penas na tentativa de manter-se financeiramente. Ela divide o
aluguel com um casal de conhecidos que mal suporta, paga sua faculdade e ainda
cuida ocasionalmente de um amigo todo esquisito. Para tanto, ela tem alguns
serviços em escritórios e bares que mal lhe completam a renda (além de um ou
outro programa noturno). É quando surge uma oportunidade para trabalhar –como
diria Renato Russo –numa festa estranha com gente esquisita, onde garotas
servem quase nuas um grupo de velhos ricos.
As circunstâncias parecem conspirar para
impelir Lucy na direção da prostituição, contudo, não vem a ser bem esse o
caso: À esse serviço logo segue-se outro ainda mais estranho; se topar, ela
ganhará um bom dinheiro desde que participe de uma bizarra situação. Ela é
sedada para que, adormecida, submeta-se a esses mesmos velhos num encontro
erótico sem penetração.
Ela passa a praticar esses programas de submissão
absoluta, basicamente dormindo e acordando sem saber o quê houve entre ela e
seus ‘clientes’, contudo, aos poucos, uma curiosidade irreprimível começa a
tomar conta de Lucy para descobrir o quê se passa nesses encontros.
A diretora Julia Leigh estabelece a alegoria
dessas circunstâncias numa clara abordagem da submissão, escancarando sem muita
sutileza o erotismo da premissa (as cenas onde os velhos sordidamente brincam,
fascinados, com o lindo corpo nu de Emily são longas, esquisitas e
redundantes), porém, negligenciando profundidade às outras tramas paralelas (a
relação de Lucy com seus amigos, seus momentos de solidão, e os contratempos
nos outros empregos) que transcorrem como se fossem mais distrações
corriqueiras entre um programa e outro. Em termos cinematográficos, o resultado
é um filme de arte tipicamente europeu na forma com que trabalha o registro dos
comportamentos sexuais excêntricos, na lentidão por vezes deliberada da
narrativa, e até na displicência com que conduz os elementos inerentes à sua
história –que terminam fazendo do enredo algo vago, estranho e sem maiores
explicações.
O filme não parece ter
qualquer intenção de esconder que seu grande achado é mesmo mostrar a linda nudez
da atriz Emily Browning (além de "Sucker Punch-Mundo Surreal", ela
também havia feito, anos antes, quando era bem mais nova, o fantasioso
“Desventuras Em Série”).
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