segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Vencedores do Globo de Ouro 2018

Até pela forma com que representa uma alternativa mais descontraída em relação ao Oscar, o Globo de Ouro, em comparação, resulta numa premiação mais satisfatória e menos frustrante aos olhos do público no que diz respeito ao merecimento de quem leva o prêmio.
A cerimônia de 2018 ilustrou bem essa característica premiando muita gente que realmente merecia levar, tratando de forma bem-humorada e graciosa as grandes repercussões do ano passado (em especial as denúncias de abuso sexual), enaltecendo a atitude cada vez mais pertinente nas mulheres dentro da indústria e fazendo algumas justiças que não sei se irão se perpetuar ao longo da temporada de premiações.

Melhor Ator Coadjuvante
Sam Rockwell (Três Anúncios Para Um Crime)

Melhor Trilha Original
A Forma da Água

Melhor Canção Original
"This Is Me" (O Rei do Show)

Melhor Atriz Coadjuvante
Allison Janney (Eu, Tonya)

Concorrendo em Canção Original com uma porção de animações –tradicionalmente os habituais ganhadores do prêmio –“O Rei do Show” conquistou seu primeiro (e, no fim das contas, único) globo de ouro superando o trabalho dos mesmos compositores do premiado “Frozen”, desta vez numa obra da Pixar, “Viva-A Vida É Uma Festa”.
Tanto “Três Anúncios Para Um Crime” e “A Forma da Água” já começaram indicando seu favoritismo levando os prêmios de Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Trilha Sonora, respectivamente –ainda que, na categoria dos atores, minha torcida estivesse dividida entre Christopher Plummer e Willem Dafoe, dos quais sou fã; mas, parece que o trabalho de Sam Rockwell é ótimo, e ele sempre mandou muito bem. Também foi muito bom ver a sensacional Allison Janney conquistar o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante no único prêmio concedido ao elogiado “Eu, Tonya”.

Melhor Ator - Comédia ou Musical
James Franco (O Artista do Desastre)

Também o único prêmio concedido à “O Artista do Desastre”, mas este caso é todo especial. Pelo merecimento de James Franco, pela origem e natureza incomum do filme que ele realizou e pela hilária participação do próprio Tommy Wiseau no discurso de agradecimento James Franco (que precisou até controlar Wiseau para não tomar seu lugar no microfone!).

Melhor Filme de Animação
Viva-A Vida É Uma Festa

Melhor Filme Estrangeiro
In The Fade

A Pixar, mais uma vez, sagrou-se vencedora na categoria de animação (resultado que certamente se repetirá no Oscar), muitos dizem que “Viva-A Vida É Uma Festa” é um de seus melhores trabalhos dos últimos anos. Seria ele tão bom quando “Divertida Mente”?
O diretor Faith Akin e a atriz Diane Kruger subiram no palco para receber o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro por “In The Fade” –que, aqui no Brasil, deve se chamar “Em Pedaços” –superando os alardeados “The Square” e “First They Kill My Father”.

Melhor Roteiro
Martin McDonagh (Três Anúncios Para Um Crime)

Melhor Diretor
Guillermo Del Toro (A Forma da Água)

Foi bonito ver a consagração de Guillermo Del Toro por seu “A Forma da Água” –ele pediu um minuto a mais para seu discurso já que esperou vinte e cinco anos por aquele momento –ainda que seu filme tivesse ficado mesmo nas categorias de Melhor Trilha Sonora e Melhor Diretor. Pouco para uma obra que dominava as indicações.
Legal foi a alfinetada que a apresentadora Natalie Portman deu aos votantes do Globo de Ouro: Numa cerimônia marcada por discursos feministas, e num ano marcado por ótimos trabalhos realizados por mulheres, eles insistiram em indicar cinco homens à categoria de diretor!
A partir do prêmio de Melhor Roteiro, o favoritismo de “Três Anúncios Para Um Crime” começou assim a se desenhar.

Melhor Atriz - Comédia ou Musical
Saiorse Ronan (Lady Bird-É Hora de Voar)

Melhor Comédia ou Musical
Lady Bird-É Hora de Voar

Outro filme que representou um belo destaque foi “Lady Bird-É Hora de Voar”: Sua protagonista, a fantástica Saiorse Ronan, derrotou fortes candidatas como Emma Stone (a vencedora do ano passado), por “Guerra dos Sexos”, Margot Robbie, por “Eu, Tonya” e a venerável Judi Dench, por “Victoria e Abdul”.
O próprio filme “Lady Bird”, que conquistou uma aprovação sem precedentes por parte da crítica, surpreendeu ao vencer a categoria principal de Melhor Filme de Comédia ou Musical deixando para trás os cotadíssimos “O Rei do Show” e “O Artista do Desastre”.
O discurso de agradecimento de Greta Gerwig (diretora do filme) foi muito propício e emocionado, vindo logo depois da homenagem destruidora feita à Oprah Winfrey, com o prêmio Cecil B. DeMille. Sem dúvida, o grande momento da noite.

Melhor Ator - Drama
Gary Oldman (O Destino de Uma Nação)

A impressão mais forte passada neste Globo de Ouro –além claro da crítica contundente aos abusos sexuais e à exaltação perene à iniciativa das mulheres –foi a de que a premiação fez justiça na medida do possível. Foi essa a sensação passada no prêmio de Melhor Ator Cômico para James Franco e, certamente, foi ainda maior ao enfim premiar o grande Gary Oldman por sua metamorfose em Winston Churchill no filme “O Destino de Uma Nação”.
Tudo caminha para um reconhecimento muito merecido que –se nada der errado –culminará na noite do Oscar.

Melhor Atriz - Drama
Frances McDormand (Três Anúncios Para Um Crime)

Quando chegou o anúncio da categoria de Atriz Dramática, a supremacia de “Três Anúncios Para Um Crime” já tinha se expressado em outras categorias em geral. A supremacia da atriz Frances McDormand, em particular, já havia se manifestado com semanas de antecedência não deixando tanta margem para a surpresa da vitória da veterana de “Fargo”.
Tenho o palpite de que ela irá predominar nesta categoria ao longo da temporada de premiações.

Melhor Drama
Três Anúncios Para Um Crime


Com quatro prêmios, o grande vencedor da noite o independente “Três Anúncios Para Um Crime” que, desde já, é visto como favorito para as outras premiações e para o Oscar. Resta acompanhar o Critic’s Choice, o SAG Awards e outros para ver se essa preferência se mantém –o Oscar, às vezes, costuma divergir do Globo de Ouro em certos casos –mas, o filme de Martin McDonagh, depois de domingo, já tem a atenção de todos.

2 comentários:

  1. Definitivamente A Forma da Água brilha pela sua boa mensagem, sua linha de diversão e o bom nível de animação. Michael Shannon fez um ótimo trabalho no filme. Eu vi que seu próximo projeto, Fahrenheit 451 será lançado em breve. Acho que será ótimo! Adoro ler livros, cada um é diferente na narrativa e nos personagens, é bom que cada vez mais diretores e atores se aventurem a realizar filmes baseados em livros. Acho que Fahrenheit 451 será lançado em breve. Acho que será ótimo! Adoro ler livros, cada um é diferente na narrativa e nos personagens, é bom que cada vez mais diretores e atores se aventurem a realizar filmes baseados em livros. Acho que Fahrenheit 451 sera excelente! Se tornou em uma das minhas histórias preferidas desde que li o livro, quando soube que seria adaptado a um filme, fiquei na dúvida se eu a desfrutaria tanto como na versão impressa. Acabo de ver o trailer da adaptação do livro, na verdade parece muito boa, li o livro faz um tempo, mas acho que terei que ler novamente, para não perder nenhum detalhe. Sera um dos melhores filmes de ficção cientifica. Acho que é uma boa idéia fazer este tipo de adaptações cinematográficas.

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    1. Muito legal, Luciana. Só para constar já existe um filme adaptado de "Fahrenheit 451", foi dirigido por François Truffaut e lançado em 1966. É bem interessante.

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