A ação primordialmente bem conduzida pelo
diretor Andrew Davis se vale de uma série de escolhas inteligentes para
funcionar: A montagem dinâmica e perspicaz, o ritmo espontâneo e informativo
imposto pelo roteiro, enquadramentos inesperados em resposta aos panoramas
americanos convencionais que, mais tarde, foram devidamente assimilados pela
indústria.
Richard Kimble (Harrison Ford, fantástico no
papel) é um homem injustiçado: No mesmo incidente em que teve a esposa
assassinada (“foi um homem de um braço só” terminou virando um bordão na época
da série em que este filme se baseia), ele também terminou condenado por seu
homicídio.
Nos primeiros minutos, o diretor Davis já
promove a reviravolta fenomenal que irá engatilhar o filme: O espetacular
acidente sofrido pelo ônibus que conduziria Kimble a uma penitenciária –e que o
permite fugir para encontrar uma forma de tentar provar sua inocência nos anos
por vir, enquanto busca escapar do encalço obstinado do agente federal Gerard
(Tommy Lee Jones, extraordinário no personagem que lhe deu o Oscar de Melhor
Ator Coadjuvante).
Além da condução prodigiosa, Andrew Davis não
só demonstra habilidade ao ressaltar os predicados de seu roteiro e a astúcia
de seus intérpretes, com freqüência perfeitos em seus papéis (além de Ford e
Lee Jones, há Jeroen Krabbé, vilanesco como sempre, a participação da bela Sela
Ward, como a esposa e até uma ponta sensacional e infelizmente muito pequena de
uma ainda desconhecida Julianne Moore), como também enfileira uma cena
antológica atrás da outra: O salto intrépido de Ford nas águas de um rio após
uma aflitiva e labiríntica perseguição pelos túneis de um aqueduto; a fuga (por
um triz) através de uma porta automática com vidro à prova de balas; o trecho
em que a narrativa sugere um final iminente para então seguir por outro
caminho; a inteligente e bem amarrada solução final.
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