“Aceitamos o tipo de amor que pensamos
merecer.”
Stephen Chbosky lançou-se como diretor com esta
bela adaptação, sensível e emotiva de seu próprio best-seller, o que confere ao
resultado não somente fidelidade garantida ao material original como também uma
compreensão intrínseca das motivações dos personagens –o quê vem a ser
fundamental, num filme que reflete uma análise cheia de sentimento da faixa
etária na qual John Hugues era um dos especialistas.
Em meados dos anos 1980, o jovem e ligeiramente
desajustado Charlie (Logan Lehrmann) inicia um novo ano como calouro na escola,
sob a angustiante perspectiva da ausência de seu melhor amigo, falecido no
verão anterior. Entre as rejeições e desilusões características da idade e das
circunstâncias, ele acaba fazendo amizade com um casal de irmãos extrovertidos
e fora dos padrões, o rapaz Patrick (Ezra Miller) lidando com o fato de ser
homossexual assumido num ambiente que não aceitava esse comportamento; e a
garota Sam (Emma Watson), indo e vindo de péssimos relacionamentos, sem
conseguir encontrar um rumo para sua vida.
Charlie se apaixona por Sam, mas o amor, a
despeito de tudo, pode comprometer os laços de amizade que os unem.
Eficaz e nostálgica, esta
obra despretensiosa conquista o expectador com sua transparência sentimental,
sua bela simplicidade e com um elenco juvenil cujos talentos foram empregados
com coerência e austeridade: Logan Lehrmann, a despeito da participação em
obras lamentáveis como “Percy Jackson e O Ladrão de Raios” é bastante adequado
ao protagonista desamparado e normal; Ezra Miller (magnífico em “Precisamos
Falar Sobre O Kevin”) é um dos grandes talentos jovens da atualidade; já a
encantadora Emma Watson (tentando novos caminhos que a afastem da personagem
pela qual é tão lembrada, a Hermione de "Harry Potter") é, sem
dúvida, um dos grandes destaques do filme.
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