Ned acabou de cumprir uma pena de oito meses
–por vender maconha à um policial!! –e, na sua reintegração à sociedade conta
com a solidariedade oscilante de suas três irmãs: A obstinada e calculista
Miranda (Elizabeth Banks), para quem a carreira de escritora parece importar
mais do que o relacionamento sempre protelado com o melhor amigo e vizinho
Jeremy (Adam Scott); a dona de casa Liz (Emily Mortimer) que se esforça para
ignorar o casamento quase em frangalhos com o insensível Dylan (Steve Coogan);
e a indecisa Natalie (Zooey Deschannel) cujo envolvimento lésbico com Cindy
(Rashida Jones) é seriamente abalado por uma escapadela com Christian (Hugh
Dancy).
Ao seu jeito descontraído, boa praça e sem
noção, Ned consegue, sem querer e na melhor das intenções, virar de pernas pro
ar a situação de cada uma das irmãs –e, na composição cheia de inspiração que
recebe, Ned é um personagem ao qual o ótimo (mas, nem sempre bem aproveitado)
ator Paul Rudd dedica toda sua primorosa verve cômica.
Seguindo uma linha que em muito se parece com o
estilo solto e rico em improvisação de Judd Apatow (com a câmera sempre
centrada no ator para que ele use e abuse de sua autonomia para com os
diálogos), o diretor Jesse Peretz faz não apenas seu ator principal, mas todo o
seu elenco se sentir no ápice do conforto em cena. O resultado disso é que as
cenas encadeadas num roteiro tão harmonioso quando instintivamente certeiro se
tornam perólas que unem a sensibilidade ao timing cômico.
É quase uma crônica de costumes na maneira com
que justapõe muitas situações entre vários personagens interligados pelos laços
familiares –e invariavelmente capitaneadas por Ned, um dos mais carismáticas
personagens da comédia norte-americana dos últimos tempos –e na junção de um time
de excelentes atores, plenos de espontaneidade.
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