quarta-feira, 5 de setembro de 2018

A Corrida do Século


Após uma bem-sucedida parceria em “Quanto Mais Quente Melhor”, os astros Jack Lemmon e Tony Curtis tornaram a trabalhar juntos, desta vez sob a direção do especialista em comédia pastelão Blake Edwards –e o resultado tornou a ser maravilhoso!
Desta vez, no entanto, eles não faziam o papel de parceiros, mas de antagonistas, sendo Tony Curtis o herói e Jack Lemmon, o vilão.
Com efeito, o crápula vivido por Lemmon é tão caricato, engraçado e carismático que, por vezes, ofusca o mocinho algo genérico de Curtis, ainda que sua persona agradável faça, em prol do protagonista, exatamente aquilo que se espera dele.
“A Corrida do Século’ se inicia com esquetes que não necessariamente elaboram a trama que o filme terá, mas ilustram, de forma inapelavelmente divertida, a rivalidade entre o mau-caráter Professor Fate (Lemmon) e o solícito e engomadinho piloto Leslie (Curtis), ou melhor, o Grande Leslie –e nessas esquetes se percebe o pleno domínio cômico de cena que o diretor Edwards ostentou tantas vezes.
A trama, por assim dizer, se desenha de fato quanto os dois disputam então uma corrida pra valer que parte de Nova York em direção à Paris; e, portanto, envolve não somente carros de corrida, mas toda sorte de meios de transporte!
Nesse percurso, a corrida se transfigura com a aparição de outros personagens que acrescentarão ainda mais molho aos planos ingenuamente malignos de Prof. Fate para vencer a corrida trapaceando.
Embora tenha um reconhecimento menor que a série “A Pantera Cor-De-Rosa”, “A Corrida do Século” revela tão divertido, envolvente e indicativo do talento de Blake Edwards quanto aquele projeto.
E mais: Como ele, este filme também inspirou um desenho animado; “A Corrida Maluca”, cujo personagem vilanesco, Dick Vigarista, é recriado à imagem e semelhança do Prof. Fate de Jack Lemmon.

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