segunda-feira, 22 de abril de 2019

Terror Na Água

Dirigido pelo mesmo David R. Ellis que comandou “Serpentes A Bordo”, “Terror Na Água” não evita a enxurrada em obviedades referenciais cinematográficas que se evidenciam desde sua premissa: A rigor, este é um filme onde um grupo inescapavelmente genérico de jovens americanos se acha num pântano da Flórida com ramificações no mar e que, por força de circunstâncias forçadas, acaba vítima do ataque de monstruosos tubarões.
A jovem heroína, sempre altiva, recatada e eloquente, é vivida por Sara Paxton (a protagonista de “Hotel da Morte”). Ao lado dos amigos, ela aproveita um fim de semana para voltar à região onde cresceu, um rio de extensões pantanosas que parece paradisíaco ao dia, e infernal à noite.
O primeiro ataque de tubarão sequer espera o sol se por para acontecer –e como é de se prever, ele acontece com todos os expedientes narrativos decalcados do trabalho seminal de Steven Spielberg; e, de fato, não há como abordar ataques de tubarão no cinema sem abordá-lo. Mas, a execução de David R. Ellis poderia ter um pouquinho mais de personalidade.
Nem mesmo os esforços do roteiro na segunda metade para fazer com que o filme siga rumos distintos (e para transferir o antagonismo para outro lugar) arranham essa sua inclinação ao clichê: Isso porque ao tentar seguir por um novo caminho, o filme se torna também improvável e inverossímil; agora, os tubarões são também produtos de alguma experiência que dois inescrupulosos pescadores perpetraram (um deles, vivido por Chris Carmack, com uma pinta de galã às avessas, arrogante, soturno e dividindo um passado amoroso com a mocinha).
Em sua imitação ginasiana de todos os sub-gêneros que flutuam sobre sua premissa o filme não consegue sequer se fazer divertido, levando-se por demais à sério.
Um desperdício de tempo.

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