A premissa básica do grupo de desconhecidos
confinados num lugar hostil e obrigados ase unir para não morrer rendeu
exemplares instigantes e abundantes no gênero suspense, como os prestigiados
“Cubo” e o primeiro “Jogos Mortais”, além de outros não tão relevantes.
“Escape Room” parte exatamente desse princípio
para abordar uma nova febre entre os americanos, as chamadas salas de fuga;
basicamente um lugar onde se precisa decifrar uma série de enigmas a fim de
avançar para os quartos (e enigmas) seguintes, rumo à saída.
Evidente que, para acrescentar molho que
desperte interesse às plateias sedentas por sangue de hoje em dia, o filme do
diretor Adam Robitel intensifica essa necessidade de escapatória com o perigo
palpitante da morte à pairar sobre todos os personagens –e o faz com tal
perícia e urgência que o resultado, bastante envolvente, mostrou-se inesperado
sucesso de público.
Em princípio, três são os personagens principais:
A tímida universitária Zoey (Taylor Russell) que compensa a falta de traquejo
social com uma afiada mente dedutiva; o ferrenho executivo Jason (Jay Ellis),
como outros da sua espécie, um competidor nato e implacável; e o hesitante Ben
(Logan Miller) que, com seu comportamento relutante e derrotista parece (mas,
só parece) um perdedor certo.
Ao receber de conhecidos uma caixa enigmática e
um cartão convidando-os para uma disputa cujo prêmio são dez mil dólares, cada
um dos três segue até a sede do tal ‘escape room’, onde encontram os demais
personagens do filme: A ex-combatente Amanda (Deborah Ann Woll, da série
“Demolidor”, a presença mais conhecida do elenco); o ex-caminhoneiro Mike
(Tyler Labine, de “Tucker & Dale Contra O Mal”), e o nerd Danny (Nik Dodani),
único a ter alguma experiência com tais jogos imersivos. Entretanto, mesmo ele
é pego de surpresa quando, sem mais nem menos, eles se descobrem, ali mesmo, na
sala de recepção, dentro de um ‘escape room’!
A diferença: Se eles não encontrarem as saídas
para cada sala nas quais vão simultaneamente parar (na forma de pistas
espalhadas na cena da própria sala), eles poderão morrer, graças às armadilhas
mortais lá plantadas; na primeira, os ornamentos das paredes e do teto vão
convertendo-a numa fornalha; logo em seguida, um desafio de resistência no frio
abaixo de zero, e assim por diante.
Compreendendo o público ao
qual se dirige, o diretor Adam Robitel dá à “Escape Room” um ritmo vigoroso,
talvez acelerado até demais para expectadores mais velhos, e conta também como
uma inspiradíssima direção de arte que transforma os sucessivos ‘escape rooms’
que são apresentados em achados visuais de notável exuberância técnica –o mais
legal deles sendo o cenário de um bar de cabeça para baixo (!).
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