quinta-feira, 9 de maio de 2019

Escape Room

A premissa básica do grupo de desconhecidos confinados num lugar hostil e obrigados ase unir para não morrer rendeu exemplares instigantes e abundantes no gênero suspense, como os prestigiados “Cubo” e o primeiro “Jogos Mortais”, além de outros não tão relevantes.
“Escape Room” parte exatamente desse princípio para abordar uma nova febre entre os americanos, as chamadas salas de fuga; basicamente um lugar onde se precisa decifrar uma série de enigmas a fim de avançar para os quartos (e enigmas) seguintes, rumo à saída.
Evidente que, para acrescentar molho que desperte interesse às plateias sedentas por sangue de hoje em dia, o filme do diretor Adam Robitel intensifica essa necessidade de escapatória com o perigo palpitante da morte à pairar sobre todos os personagens –e o faz com tal perícia e urgência que o resultado, bastante envolvente, mostrou-se inesperado sucesso de público.
Em princípio, três são os personagens principais: A tímida universitária Zoey (Taylor Russell) que compensa a falta de traquejo social com uma afiada mente dedutiva; o ferrenho executivo Jason (Jay Ellis), como outros da sua espécie, um competidor nato e implacável; e o hesitante Ben (Logan Miller) que, com seu comportamento relutante e derrotista parece (mas, só parece) um perdedor certo.
Ao receber de conhecidos uma caixa enigmática e um cartão convidando-os para uma disputa cujo prêmio são dez mil dólares, cada um dos três segue até a sede do tal ‘escape room’, onde encontram os demais personagens do filme: A ex-combatente Amanda (Deborah Ann Woll, da série “Demolidor”, a presença mais conhecida do elenco); o ex-caminhoneiro Mike (Tyler Labine, de “Tucker & Dale Contra O Mal”), e o nerd Danny (Nik Dodani), único a ter alguma experiência com tais jogos imersivos. Entretanto, mesmo ele é pego de surpresa quando, sem mais nem menos, eles se descobrem, ali mesmo, na sala de recepção, dentro de um ‘escape room’!
A diferença: Se eles não encontrarem as saídas para cada sala nas quais vão simultaneamente parar (na forma de pistas espalhadas na cena da própria sala), eles poderão morrer, graças às armadilhas mortais lá plantadas; na primeira, os ornamentos das paredes e do teto vão convertendo-a numa fornalha; logo em seguida, um desafio de resistência no frio abaixo de zero, e assim por diante.
Compreendendo o público ao qual se dirige, o diretor Adam Robitel dá à “Escape Room” um ritmo vigoroso, talvez acelerado até demais para expectadores mais velhos, e conta também como uma inspiradíssima direção de arte que transforma os sucessivos ‘escape rooms’ que são apresentados em achados visuais de notável exuberância técnica –o mais legal deles sendo o cenário de um bar de cabeça para baixo (!).

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