As mulheres têm seios protuberantes e
proeminentes. Além deles, suas personalidades são indomáveis, furiosas, quase
inconformadas.
Desse estilo tão desigual que destacou Russ
Meyer como um realizador de fato em meio às hordas de operários-padrões da
produção do sexploitation, o mais cultuado de seus filmes, “Faster, Pussycal!
Kill! Kill!” se destaca por trazer aquelas características ainda num estágio
contido. Uma moderação que ele abandonou nas obras seguintes.
Não quer dizer que ele não dedica todo o filme
a esses elementos: Já no prólogo imediatista, um locutor reflete sobre a
violência traduzida, sobretudo, na forma de mulheres que levam os homens a
perder a cabeça.
É um grupo de mulheres assim que protagoniza a
trama: Dançarinas de strip-tease, as provocantes Varla (Tura Satana), Rosie
(Haji) e Billie (Lori Williams) aproveitam sua folga para percorrer o deserto
em seus carros –e esse será, a rigor, o cenário e o contexto de todo o filme!
Pelos diálogos agressivos, logo notamos que
Varla e sua turma não são garotas indefesas. Elas provam isso atacando um jovem
casal que aparece por ali: Matam o rapaz (com golpes de karatê!) e sequestram a
garota (Susan Bernard). Ela será testemunha de todas as barbáries e
barbaridades que elas irão praticar até o final, o que inclui uma súbita
atenção despertada por uma família de homens –o patriarca paralítico e
mau-caráter; seu filho mais novo, forte e tapado; e o mais velho, sensato e
responsável –que esconderam uma vasta quantia em dinheiro roubado.
Ainda que preserve certo zelo ao enredo, o
filme de Russ Meyer se vale dele como justificativa para a exposição contínua
de Varla e suas comparsas, vistas pelas lentes do diretor como fetiches
ambulantes.
Como todo cult-movie,
“Faster Pussycat! Kill! Kill!” ostenta cenas, personagens e situações que
influenciaram diversos outros filmes –Quentin Tarantino que o diga –embora num
primeiro olhar pareça uma obra mais simples do que sua fama leva a supor.
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