Não é a toa que Martin Scorsese utilizou este trabalho primordial como pedra fundamental da narrativa também formidável que ele urge em “Táxi Driver”.
Em “Pickpocket”, Robert Bresson registra os
códigos impessoais da prestidigitação, e a sedução do crime em contraponto à
ânsia de se aprimorar nessa espécie de arte: A de usar da rapidez e da
furtividade para tirar algo de uma pessoa debaixo de seu próprio nariz.
Tanto fascina o protagonista tal ato que não
ocorre a ele –ou, se ocorre, não lhe importa –que trata-se de um crime. Para
tanto, Bresson captura nos olhares da grande maioria de seus personagens a
indiferença –não lhe interesse qualquer reflexo moral ou mesmo sentimental; não
há, afinal, muito que discutir: Para Bresson, o certo e o errado são tópicos
bem definidos que não irão mudar com as reviravoltas ou desdobramentos de seu
enredo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário