sábado, 10 de outubro de 2015

O Mesmo Amor, A Mesma Chuva

Notável, este filme argentino, que reúne Ricardo Darín e Soledad Villamil sob a direção de Juan José Campanella anos antes do aclamado "O Segredo dos Seus Olhos".
A trama, até menos romântica do quê pode parecer, fala dos encontros e desencontros, ao longo de quase duas décadas, de um casal cuja paixão começa fulminante, mas aos poucos, cai numa rotina, atravessando diversos humores: Decepção, rancor, esperança...
Cheio de perspicácia, o roteiro faz pertinentes comentários sobre a transição política que a Argentina atravessou durante a década de 1980, o quê ressalta bem a desenvoltura e a competência dos realizadores de cinema daquele país, ao tratar de temas distintos que vão da intimidade de uma relação à dois às questões trabalhistas envolvendo a liberdade de imprensa daquele período.
Encantadora é a química entre Darín e Villamil, ela inclusive, belíssima. Ricardo é sempre competente, mas interessante notar o quanto o tempo lhe fez bem: Ele é um ator muito melhor conforme vai envelhecendo.
Deixo como lembrança do filme uma linda frase dita por ele:
" Amor, heroísmo, paixão. Quem me mandou escrever sobre coisas que nem conheço? Eu deveria escrever sobre o medo. Sou perito. Por medo, faço um trabalho que odeio. Por medo, perdi você. "

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