O filme de J. J. Abrahams está irmanado à todo
um sub-gênero de outros filmes, como “Os Goonies” ou “E.T.-O Extraterrestre”
que têm em Steven Spielberg seu realizador e representante maior (não à toa,
ele aparece aqui como produtor executivo).
“Super 8” é também a gratificante revelação do
talento da doce Elle Fanning, fabulosa em diversas cenas que remetem à
metalinguagem espirituosa que o filme quer abordar; e que termina sendo seu
grande diferencial em relação aos filmes dos anos 1970 e 1980 que ele tanto
referencia e reverencia.
O ano é 1979. Quatro meses após a trágica morte
da mãe, o jovem Joe Lamb (o adequado Joey Courtney) mantem uma relação de
distância com o pai e de muita proximidade com seus quatro grandes amigos de
infância, junto dos quais inocentemente está realizando um filminho
curta-metragem com uma câmera super 8. À eles, junta-se a bela e inicialmente
arredia Alice Daynard (Elle Fanning) que revela-se, como atriz, a peça que
faltava para o filme ficar completo. Todas essas questões, porém, se
transformam quando o grupo de jovens testemunha um espetacular acidente de
trem, que parece libertar de seus vagões algo desconhecido e, ao que tudo
indica, perigoso.
Apesar da interessante trama envolvendo o
alienígena (sim, este filme tem um!), e da mais interessante ainda envolvendo
um recatado romance infanto-juvenil, este filme fascina pelos pequenos detalhes
capturados com eficiência pelo diretor Abrahams, como o fato de viver uma
infância sem traquinas tecnológicas como celulares ou internet; na qual para
encontrar seu amigo, você efetivamente tinha que andar até a casa dele! São
elementos que só podem ser devidamente capturados, ressaltados e idealizados
por quem viveu e experimentou uma infância assim.
E é de extrema gentileza que J.J. Abrahams
queira compartilhar tão boa sensação conosco. Melhor ainda, se ela vem
emoldurada numa competente e empolgante aventura nostálgica.
Tudo leva a crer que o novo
“Star Wars” está em excelentes mãos...
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