Quem viu o falecido ator Bob Hoskin em filmes
como o já clássico “Uma Cilada Pra Roger Rabbit” não poderia imaginar as
inclinações bizarras, fantasiosas e pouco usuais de sua incomum, e em muitos
momentos até perturbadora, estréia na direção, datada de 1988.
E cabe aqui um comentário: Como é difícil
encontrar imagens ou qualquer informação sobre esse filme na internet! É como
se o mundo tivesse esquecido dele!
“Disfarce Cruel” acompanha um jovem soldado
europeu (o exótico, porém, simpático Dexter Fletcher, que muitos anos depois
estaria em “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes”) que luta uma guerra nunca
de fato explicada nem contextualizada. Logo no início do filme, ele se torna um
desertor e passa a fugir pelos campos infindáveis que vê pela frente. Em algum
momento dessa fuga, ele assume a identidade de uma mulher louca e nessa
condição é adotado por um grupo de ciganos que fogem, eles próprios, no
violento preconceito alheio. Eles julgam ser ele capaz de fazer premonições, e
a partir de algum momento, ele adquire de fato esse dom. Porém, a sua paixão
pela jovem filha do líder do grupo colocará tudo a perder.
Não há dúvida que Hoskin abraça a estranheza
nesse seu ousado trabalho não só na direção como na roteiro, mas se esse
aspecto flertar perigosamente com a possibilidade de tornar o filme ruim, ele
também lhe confere uma atmosfera poética e desigual.
Nenhum comentário:
Postar um comentário