segunda-feira, 15 de agosto de 2016

A Teoria de Tudo

Sempre se soube que era uma questão de tempo até que o cinema contasse a história de Stephen Hawking, tão dotada ela era de aspectos cinematográficos, e tão absolutamente magnéticos são os detalhes que cercam seu desigual protagonista.
Aconteceu do diretor ser James Marsh, ganhador do Oscar de Melhor Documentário por seu extraordinário “O Equilibrista”, em sua estréia em longas de ficção.
E “A Teoria de Tudo” é, acima de tudo, exatamente isso: Uma ficção.
Promissor aluno do curso de cosmologia em Cambridge, Stephen Hawking (Eddie Redmayne, numa composição empenhada que lhe valeu o Oscar de Melhor Ator) recebe, à beira de seus vinte anos, um diagnóstico devastador: Ele possui uma doença rara (a esclerose lateral amiotrófica) que dentro de dois anos paralisará as funções motoras de seu corpo e o levará a morte.
A notícia cai como uma bomba em seu relacionamento com Jane (Felicity Jones, a melhor coisa do filme!), que apesar de tudo não desiste. Eles casam, têm um filho e dão início a uma árdua jornada que se estenderá por anos na qual tentarão conviver com a doença de Stephen, o único fator a aplacar sua genialidade.

O filme acaba sendo uma biografia de Stephen Hawking contando sua vida ao lado da primeira esposa, Jane, de maneira um bocado romanceada, longe da realidade que certamente foi; há até mesmo um breve momento em que a edição sugere um acontecimento paralelo, mas que, na melhor das hipóteses, fica somente sugerido. A impressão que a direção de Marsh nos passa é de que ele fez um filme leve, inofensivo e enaltecedor, feito especialmente para agradar ao próprio auto-biografado, omitindo assim muitos dos detalhes mais lúgubres –e certamente mais interessantes –que ficaram restritos ao livro no qual se baseou.

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