O uruguaio Fede Alvarez já demonstrou alguma
competência na improvável refilmagem de “Evil Dead” –que contra todas as
previsões, trazia certa sofisticação em sua execução.
É sua técnica esmerada e caprichada que salva
este filme (também ele produzido por Sam Raimi) do que poderia ser um fiasco.
A trama (simplória e simplista) acompanha três
marginais, dois rapazes e uma garota, que vivem de assaltar residências. Um
delas surge como uma verdadeira mina de ouro: Única moradia localizada num
bairro tomado por casas desabitadas, ela é residência de um veterano do
exército cego (Stephen Lang, muito bom) e que recentemente recebeu uma gorda
indenização em dinheiro.
Em busca dessa grana (e concluindo que as
circunstâncias do delito são favoráveis) eles resolvem invadir a casa do
indivíduo de madrugada.
Mas, as coisas serão muito mais complicadas do
que eles podem imaginar.
Fã de clássicos de terror que é, o produtor
Raimi deixa óbvia a inspiração deste roteiro em “As Criaturas Atrás das Paredes”
de Wes Craven, embora o diretor Alvarez passe todo o filme impondo energia à
narrativa para que ela se sustente sozinha. E é esse seu grande mérito: A cada
momento em que o roteiro parece perder o fôlego e empatar a história (e esses
momentos são abundantes), ocorre uma reviravolta que restabelece o ritmo e o
interesse do expectador.
A postura em relação aos personagens também é
fonte de curiosidade: O filme evita com habilidade as posturas sócio-políticas
que poderiam suscitar dessa premissa politicamente incorreta (na qual, é bom lembrar,
os ‘heróis’ são ladrões residenciais e o ‘vilão’ é um deficiente visual)
deixando pontas soltas que podem ser preenchidas com suposições pessoais do
público.
Está longe de ser um grande trabalho, mas é um
entretenimento bastante razoável.
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