sábado, 10 de setembro de 2016

Star Trek

Em meados de 2009, a icônica saga “Jornada Nas Estrelas” começava a pedir uma repaginação, com seu elenco original já sexagenário, e a glória e sucesso dos filmes de cinema (oriundos da célebre série de TV), lembrados numa longínqua década de 1980.
A Paramount incumbiu, então, o bem-sucedido J.J. Abrahams de reformular a franquia, dando a ela novas caras, novas direções, e uma nova abordagem para toda uma nova geração, sem esquecer claro o fundamental respeito a um material tão amado pelos fãs, e pelo legado do criador Gene Rodenberry.
“Star Trek” –preservado o título original –é, portanto, um esforço criativa dos mais louváveis no sentido de honrar tudo o quê antes foi feito, e ao mesmo tempo, valer-se da premissa e dos personagens para se realizar ao novo em folha. E seu bom resultado é um testemunho ao talento e à competência de Abrahams.
A escolha do elenco, como não podia deixar de ser, foi um trabalho minucioso e preciso: O jovem Chris Pine, substituindo William Shatner, como Cap. James Kirk; Zachary Quinto, no lugar de Leonard Nimoy (que faz uma ponta ilustre) como Senhor Spock; a bela Zoe Saldana (que se tornaria uma atriz assídua em filmes de ficção científica com sua participação também em “Avatar” e “Guardiões da Galáxia”) como Uhura; John Cho como Sulu; Anton Yelchin como Chekov; e Simon Pegg como Montgomery Scott.
No vôo inaugural da Nave USS Enterprise, vemos assim, essa inusitada e familiar tripulação se formar quando por acaso, a nave se vê envolvida os planos de vingança do romulano Nero (um vilanesco e eficiente Eric Bana). Contudo, Nero veio do futuro, e sua presença cria uma espécie de bifurcação no tempo, originando uma nova realidade alternativa: E nessa sacada de gênio, Abrahams consegue manter intactos todos os acontecimentos que abrangem as produções com o elenco original, enquanto obtém liberdade para seguir em frente com este novo elenco.
Nem tudo, porém, são flores nesta reinvenção da franquia conhecida por "Jornada Nas Estrelas": Ao mostrar a "origem" de personagens icônicos como o Capitão Kirk, o Senhor Spock e muitos outros, o diretor e seus atores não escapam da sensação de que estão ‘pisando em ovos’ e muitas vezes ostentam uma superficialidade às vezes irritante, sobretudo quando o roteiro explora algumas dinâmicas de relação entre certos personagens.
Quando o filme mergulha em questões mais práticas –a tensão das batalhas, as táticas de combate e o militarismo implícito na premissa –o filme parece ganhar mais descontração.
Pode-se dizer que este primeiro “Star Trek”, como espetáculo comercial, e sobretudo em função da catástrofe que poderia ter sido, cumpre seu papel: O elenco mais jovem, e no geral todos bastante parecidos com os atores originais, dá uma nova roupagem aos clássicos personagens, dando ênfase à rivalidade inicial, e posterior amizade, que se forma entre Kirk e Spock.
Era o início de algo, que viria a melhorar muito nos filmes seguintes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário