Durante a colonização das Américas, desbravador
inglês (Colin Farrel, sempre com uma desinteressada feição de angústia) aventura-se
no ainda hostil território indígena e acaba prisioneiro. Escapa de ser morto
pela influencia de uma moça da tribo por quem se apaixona –a personagem
lendária Pocahontas (interpretada pela expressiva Q’ Orianka Kilcher) embora
seu nome nunca seja mencionado sempre sendo citada como ‘princesa’.
Ela, uma espécie de presença divinal entre os
índios leva o grupo a uma interação pacífica com os europeus, mas termina por
ser banida graças a seu amor pelo homem branco. O destino os separa, e ela,
desamparada, encontra refúgio nos braços de um jovem fidalgo (Christian Bale, numa composição delicada, melhor que a de Farrel).
Buscando recontar a mesma
história exposta pela Disney no desenho "Pocahontas", o diretor
Terence Malick (após interromper um hiato de vinte anos sem filmar com seu épico
de guerra “Além da Linha Vermelha”) procura, neste conto real, todos elementos
que o fascinam enquanto expectador e o interessem enquanto realizador: A
co-existência e interação ocasionalmente problemática entre o homem e a
natureza; as crenças individuais que conduzem às escolhas coletivas; a reflexão
poética acerca de tudo o que se perdeu, dos momentos que jamais voltarão e dos
arrependimentos que nos perseguirão. Amparado pela contemplação desses
conceitos e por uma sempre arrepiante primazia visual, ele conta com ritmo
lento e imagens de delicado vislumbre uma história de amor de diferentes visões
espirituais em choque com a realidade cruel, lembrando muito nesse sentido o
igualmente notável filme canadense "Hábito Negro".
Nenhum comentário:
Postar um comentário