quarta-feira, 1 de março de 2017

O Novo Mundo

Durante a colonização das Américas, desbravador inglês (Colin Farrel, sempre com uma desinteressada feição de angústia) aventura-se no ainda hostil território indígena e acaba prisioneiro. Escapa de ser morto pela influencia de uma moça da tribo por quem se apaixona –a personagem lendária Pocahontas (interpretada pela expressiva Q’ Orianka Kilcher) embora seu nome nunca seja mencionado sempre sendo citada como ‘princesa’.
Ela, uma espécie de presença divinal entre os índios leva o grupo a uma interação pacífica com os europeus, mas termina por ser banida graças a seu amor pelo homem branco. O destino os separa, e ela, desamparada, encontra refúgio nos braços de um jovem fidalgo (Christian Bale, numa composição delicada, melhor que a de Farrel).
Buscando recontar a mesma história exposta pela Disney no desenho "Pocahontas", o diretor Terence Malick (após interromper um hiato de vinte anos sem filmar com seu épico de guerra “Além da Linha Vermelha”) procura, neste conto real, todos elementos que o fascinam enquanto expectador e o interessem enquanto realizador: A co-existência e interação ocasionalmente problemática entre o homem e a natureza; as crenças individuais que conduzem às escolhas coletivas; a reflexão poética acerca de tudo o que se perdeu, dos momentos que jamais voltarão e dos arrependimentos que nos perseguirão. Amparado pela contemplação desses conceitos e por uma sempre arrepiante primazia visual, ele conta com ritmo lento e imagens de delicado vislumbre uma história de amor de diferentes visões espirituais em choque com a realidade cruel, lembrando muito nesse sentido o igualmente notável filme canadense "Hábito Negro".

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