Nem todas as obras de Luc Besson eram exemplos
irrepreensíveis de primor cinematográfico: Algumas eram mais como bem-vindos
sopros de ar fresco, e audácia estética, num mar de modorrento simplismo que
era o circuito comercial, mesmo o europeu, ainda que fossem ocasionalmente,
obras bastante inconseqüentes, indicativas da juventude e ingenuidade de seu
realizador.
Na verdade, esse era o caso da maioria de suas
obras.
É um pouco dessa juventude, ávida por
inconseqüência, de que fala “Subway”.
Jovem fugitivo (Christopher Lambert, algo
desleixado em sua atuação), apaixonado por garota rica francesa (Isabele
Adjani, linda e inusitada), busca refúgio da polícia e dos capangas do pai
dela, após uma brusca perseguição de carros, nos subterrâneos labirínticos do
metrô de Paris, onde ele descobre toda uma comunidade de seres estranhos que
vivem numa sociedade própria ali, sem nunca visitar a superfície. O estilo
rocambolesco de ação estilizada que é próprio de Luc Besson mais uma vez serve
para emoldurar uma história sobre personagens excêntricos e particulares, como
é bem ao seu gosto, e no qual ele encontra uma linguagem das mais charmosas –e
que não tardou a interferir em filmes também norte-americanos.
Neste filme um tanto
estranho de se generalizar onde destaca-se a beleza acachapante de Isabelle
Adjani, a condução de Besson parece se mostrar propositadamente frouxa dando um
acabamento de humor a muitas das soluções de roteiro, o quê conduz
inevitavelmente ao tipo de final, algo aberto e desconcertante, com os quais
Besson costumava encerrar seus filmes.
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