segunda-feira, 24 de abril de 2017

Velocidade Máxima

Diretor de fotografia de uma série de sucessos dos anos 1980 e 1990 ("Instinto Selvagem" e "Chuva Negra" por exemplo), o holandês Jan De Bont estreou neste acelerado sub-produto vendido como um '"Duro de Matar" dentro de um ônibus' –conceito, aliás que se encaixa como uma luva!
A despeito da superficialidade flagrante de sua premissa a condução de De Bont –rasa no que diz respeito aos fatores dramáticos, mas suficientemente atento aos pormenores do ritmo e das cenas de ação –os efeitos especiais e sonoros primorosos, e o carisma tanto do astro Keanu Reeves como da então revelação Sandra Bullock (e a indelével química que demonstram juntos) são fatores que, somados, convergem num dos mais saborosos, descerebrados e pulsantes entretenimentos da década de 1990.
Após uma arrojada operação na qual ganhou a antipatia de um criminoso cheio de planos mirabolantes (Dennis Hopper), um jovem policial de Los Angeles (Keanu Reeves) vê-se numa situação inusitada: A bordo de um ônibus metropolitano, ele tem de salvar os "reféns" do estratagema ardiloso (e não raro, absurdo) do maníaco; o ônibus em questão está carregado com explosivos programados para explodir quando a velocidade reduzir a menos de 50 km por hora. Dessa forma, em pleno horário do rush matutino, e no meio da cidade ele precisa contornar a complicada situação de nunca poder parar um ônibus, enquanto busca um meio de prender o bandido.
Como diretor Jan De Bont encontrou logo neste seu primeiro trabalho uma forma toda própria de romantizar a inércia –essa técnica, incusive o fez ser bem cotado para a direção de “Godzilla”, em 2000 (terminando a cargo de Rolland Emmerich), e também proporcionou escopo e recursos para seu projeto seguinte, o igualmente bem-sucedido “Twister” –e enfatizar a ação e seus dobramentos físicos com um romantismo que deixava seu filme à beira do cativante. Verdade seja dita: Esse mérito não pertence somente a ele, mas também e sobretudo à incrível sintonia que o casal Keanu Reeves/Sandra Bullock apresenta em cena.
Juntos, eles são daquelas duplas que poderíamos assistir por horas sem nos aborrecer.
O próprio Jan De Bont cometeu o deslize de subestimar isso não chamando Keanu Reeves para a continuação e deixando apenas Sandra Bullock, mas Hollywood não deixou passar em branco: Anos depois os dois foram de novo reunidos, num filme romântico de fato, o gracioso “A Casa do Lago”, que refilmava o ótimo sul-coreano “Il Mare”, mas essa, é uma outra história...

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