Diretor de fotografia de uma série de sucessos
dos anos 1980 e 1990 ("Instinto Selvagem" e "Chuva Negra"
por exemplo), o holandês Jan De Bont estreou neste acelerado sub-produto
vendido como um '"Duro de Matar" dentro de um ônibus' –conceito,
aliás que se encaixa como uma luva!
A despeito da superficialidade flagrante de sua
premissa a condução de De Bont –rasa no que diz respeito aos fatores
dramáticos, mas suficientemente atento aos pormenores do ritmo e das cenas de
ação –os efeitos especiais e sonoros primorosos, e o carisma tanto do astro
Keanu Reeves como da então revelação Sandra Bullock (e a indelével química que
demonstram juntos) são fatores que, somados, convergem num dos mais saborosos,
descerebrados e pulsantes entretenimentos da década de 1990.
Após uma arrojada operação na qual ganhou a
antipatia de um criminoso cheio de planos mirabolantes (Dennis Hopper), um
jovem policial de Los Angeles (Keanu Reeves) vê-se numa situação inusitada: A
bordo de um ônibus metropolitano, ele tem de salvar os "reféns" do estratagema
ardiloso (e não raro, absurdo) do maníaco; o ônibus em questão está carregado
com explosivos programados para explodir quando a velocidade reduzir a menos de
50 km por hora. Dessa forma, em pleno horário do rush matutino, e no meio da
cidade ele precisa contornar a complicada situação de nunca poder parar um ônibus,
enquanto busca um meio de prender o bandido.
Como diretor Jan De Bont encontrou logo neste
seu primeiro trabalho uma forma toda própria de romantizar a inércia –essa
técnica, incusive o fez ser bem cotado para a direção de “Godzilla”, em 2000
(terminando a cargo de Rolland Emmerich), e também proporcionou escopo e
recursos para seu projeto seguinte, o igualmente bem-sucedido “Twister” –e
enfatizar a ação e seus dobramentos físicos com um romantismo que deixava seu
filme à beira do cativante. Verdade seja dita: Esse mérito não pertence somente
a ele, mas também e sobretudo à incrível sintonia que o casal Keanu
Reeves/Sandra Bullock apresenta em cena.
Juntos, eles são daquelas duplas que poderíamos
assistir por horas sem nos aborrecer.
O próprio Jan De Bont
cometeu o deslize de subestimar isso não chamando Keanu Reeves para a
continuação e deixando apenas Sandra Bullock, mas Hollywood não deixou passar
em branco: Anos depois os dois foram de novo reunidos, num filme romântico de
fato, o gracioso “A Casa do Lago”, que refilmava o ótimo sul-coreano “Il Mare”,
mas essa, é uma outra história...
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