segunda-feira, 22 de maio de 2017

Indiana Jones e O Templo da Perdição

Na inevitável continuação de “Os Caçadores da Arca Perdida”, o diretor Steven Spielberg e o produtor George Lucas tinham planos de concretizar o restante das cenas que planejavam para aquele primeiro filme, extraídas de seu imaginário nostálgico em relação aos filmes de matinê do passado, que também inspiraram as aventuras de “Star Wars”.
Assim, cenas como a queda livre de um avião num bote inflável através dos picos de neve de uma montanha, a perseguição em um pequeno carrinho pelos trilhos e túneis de uma mina abandonada ou a luta final na ponte de cordas, que não encontraram espaço na trama anterior, surgem aqui. Ainda sim, isso não impediu “O Templo da Perdição” de revelar-se um filme bem diferente de seu antecessor, devido a um clima bastante sombrio que predomina nesta produção.
As razões para isso foram menos os contratempos das filmagens –que precisaram de um remanejamento quando o astro Harrison Ford machucou as costas numa cena de luta –e mais o influente fato do divórcio do produtor Lucas: Inspirado pelos meandros sombrios pelos quais sua vida passava, Lucas concebeu um roteiro onde crianças eram escravizadas e o próprio herói, em um determinado momento, é enfeitiçado e convertido para o mal.
Esta trama tem início durante os anos 1930 (o que coloca esta trama cronologicamente num ponto anterior à de “Caçadores...”) e abre com um suntuoso número musical –uma das frustrações de Spielberg era nunca ter dirigido um filme do gênero –que já apresenta a mocinha do filme (Kate Capshaw que substitui graciosamente Karen Allen, do filme anterior, e mais tarde, veio a se casar com Spielberg). Acompanhado por ela e por um parceiro-mirim (Jonathan Ke Huy, que esteve na série “O Pequeno Mestre” e em “Os Goonies”), o arqueólogo Henry Jones, mais conhecido como Indiana Jones, vai parar na Índia onde toma para si uma complicada missão; reaver para uma tribo desolada as três pedras sagradas que lhes foram levadas por sacerdotes malditos a fim de dar continuidade a tenebrosos rituais.
Apesar do próprio Spielberg ter declarado sua pouca satisfação com este filme –em entrevistas, suas lembranças mais freqüentes são os transtornos que assolaram a produção –(e prova disso, é seu imenso esforço em aproximar-se narrativamente de “Caçadores da Arca Perdida’, nos filmes seguintes), muitos são os fãs que colocam “O Templo da Perdição” em pé de igualdade ao sensacional filme anterior em sua predileção.
Uma prova de que, até quando não é tão bom, Spielberg é excelente!

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