Inesperada continuação de "Alien 3",já que a tenente Helen Ripley morre no final daquele filme. Aqui, ela
desperta algumas centenas de anos depois, clonada no futuro. Mas junto com ela,
foi clonado também o alien que a usava como hospedeiro.
Os belos trabalhos realizados pelos outros diretores
nos filmes anteriores sofrem um ligeiro abalo com a entrada do francês Jean
Pierre Jenaut (que ao lado de seu colaborador Marc Caro realizou
"Delicatessen" e "Ladrões de Sonhos", obras extremamente
surreais e de orientação artística e, anos mais tarde, dirigiu o grande sucesso
francês “O Fabuloso Destino de Amelie Poulain”). Na visão de Jenaut, a saga
efetivamente amedrontadora e essencialmente sombria dos aliens ganha um viés de
aventura intergaláctica, enfatizada na presença de uma trupe de “piratas
espaciais” com sua superficial diversidade e senso de humor plural –e pensar
que o estúdio se mostrou tão avesso ao bom resultado da direção de David
Fincher no filme anterior.
Jenaut impõe uma atmosfera simbólica diferente
de toda a orientação obedecida pelos filmes anteriores, onde os aliens aparecem
expostos em planos definidos de detalhes e sob uma iluminação minimalista (ao
contrário da predominante escuridão dos outros filmes) em uma trama repleta de
personagens esquisitos e cheios de segredos –sem contar que é o primeiro deles
onde Sigourney Weaver (aqui ainda creditada como produtora) não aparece com sua
habitual excelência como Ripley, muitas vezes soando até caricata e exagerada.
O filme ainda mantém o alto padrão técnico da
saga, mas perde, e muito, para os outros.
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