sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Superman - O Retorno

Embora tenha sido um de seus maiores êxitos, o clássico “Superman-O Filme”, de Richard Donner, representou para a Warner Bros. um de seus maiores desafios. Como realizar um novo “Superman” e submeter-se à comparação com obra tão memorável? Como encontrar um ator que tivesse a mesma e espetacular identificação com o icônico personagem que o inglês Christopher Reeve?
Impossível, foi a resposta que essas perguntas tiveram durante algumas décadas (e, na verdade, continua sendo a resposta para a segunda pergunta...).
Mas, em meados de 2006, quando a febre de adaptações de histórias em quadrinhos para o cinema começava a se consolidar com sucessos freqüentes (já haviam sido lançados os dois primeiros e ótimos filmes dos “X-Men”, dirigidos por Bryan Singer, os dois primeiros filmes do “Homem-Aranha”, por Sam Raimi, e o incompreendido “Hulk”, de Ang Lee), o estúdio se dispôs a tentar. Para a missão foi chamado Bryan Singer, que em “X-Men” demonstrou um surpreendente talento para remodelar conceitos dos quadrinhos em elegantes embalagens cinematográficas (para substituí-lo na direção do terceiro “X-Men” foi chamado Brett Ratner, mas essa é outra história...).
Singer nutria uma devoção pelo filme original de Donner e enxergava o projeto com um sentimento algo romântico: Para ele, só funcionaria, se a trama levasse em consideração as histórias contadas nos dois primeiros (e genuinamente bons) filmes, onde conhecíamos a origem do herói, seu relacionamento com a repórter Lois Lane e seu antagonismo com Lex Luthor (no primeiro), além do embate espetacular contra três kriptonianos em plena Metrópolis (no segundo).
É a partir daí que Singer insere seu novo filme (que contava, inclusive, com a partitura e a mesma trilha sonora clássica empregada por John Williams, refeita desta vez por seu colaborador John Ottman), mostrando um mundo do qual o maior herói da humanidade (Brandon Routh, escolhido devido à uma indisfarçável semelhança física com Christopher Reeve) ausentou-se por alguns anos –motivado pela esperança, reacendida provavelmente nos acontecimentos do segundo filme, de que poderia voltar para os destroços de seu planeta natal Kripton, e encontrar sobreviventes.
Entretanto, Superman –ou Kal El, ou Clark Kent, como queira... –retorna só para descobrir que o mundo que o acolheu aprendeu a viver sem ele: Lois Lane (a estressada Kate Bosworth vivendo uma personagem mais bela, porém, menos graciosa que Margot Kidder), seu grande amor agora é mãe de um garotinho e possui um noivo, Richard (James Marsden), e Lex Luthor (Kevin Spacey substituindo Gene Hackman com empenho) saiu da prisão, além de herdar uma fortuna de milhões, e nutre planos megalomaníacos para enriquecer às custas das possíveis mortes de milhões.
Agora, o homem de aço precisa reencontrar seu lugar nessa nova humanidade e provar para os outros e para si próprio que é o maior herói de todos os tempos.
Talvez, fosse o tom excessivamente reverente do filme, ou a condução de Singer que valorizava cenas de suspense e expectativa em demasia –o quê quase lhe fez atingir as três horas de duração! –mas, “Superman-O Retorno” não encontrou seu público, amargando a indiferença do público e a incompreensão da crítica.

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