quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Invocação do Mal

Saudado pela crítica e público como o melhor filme de terror de 2013 (embora seus competidores não fossem, por assim dizer, fortes), “Invocação do Mal” revelou-se um belo exemplo do domínio de narrativa do diretor James Wan, um verdadeiro especialista no gênero que realizou o primeiro filme da série "Jogos Mortais" (uma das produções que determinou as características de todo um filão de filmes de terror da década de 2000) e o bem-sucedido "Sobrenatural-Insidious".
O que James Wan faz não tem absolutamente nada de inovador: Ele tão somente manipula com precisão e bom senso (essas sim, características raras entre diretores mais jovens) os mesmo elementos explorados com perfeição pioneira no clássico “O Exorcista” –um filme ao qual este “Invocação do Mal” presta um incalculável tributo.
Anos 1970. Renomados demonólogos, o casal Warren (Patrick Wilson e Vera Farmiga, ambos ótimos) especializou-se em esconjurar entidades malignas que perturbavam pessoas comuns nos mais diversos casos, como o célebre episódio da boneca Annabelle –mais tarde, ele próprio transformado num filme.
Embora esta atividade lhes tenha cobrado, por vezes, um preço alto.
Este filme é baseado no que é considerado por eles mesmos, seu caso mais assombroso: A progressão terrível e violenta das aparições de um espírito para uma família americana de classe média, numa casa que antes pertencera a uma mulher acusada de bruxaria.
A despeito da veracidade inconteste e alardeada de sua trama –um fator empregado à exaustão no marketing do filme a fim de valorizar seus sustos –a história, da forma como é apresentada no filme tem inevitáveis reformulações hollywoodianas e liberdades poéticas em prol de uma narrativa fechada e otimista; na vida real, os demonólogos não foram capazes de livrar a família dos espíritos e eles tiveram que simplesmente deixar a casa.

Em tempo: Os casos do casal Warren inspiraram outros filmes mais ou menos conhecidos de terror como “Horror em Amityville” e “Invocando Espíritos”.

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