Muito festejada à época de seu lançamento
(1999) por reunir o mesmo par do sucesso "Uma Linda Mulher", Richard
Gere e Julia Roberts, bem como também seu diretor, o especializado em comédias
românticas, Gary Marshall, este filme termina –ao contrário daquele romance com
ares açucarados de conto de fadas –optando por uma comicidade mais rasgada que
certamente destoa daquilo que os fãs do filme anterior haveriam de esperar
nesta reunião.
Ao assisti-lo, fica patente que os nomes
envolvidos, entretanto, não garantiram a qualidade e a pertinência suficientes
ao projeto, nem tampouco uma recepção de público semelhante à de sua
colaboração anterior.
Gere interpreta um compulsivamente solteiro
repórter da cidade grande que vai a uma cidadezinha cobrir a inusitada história
de uma noiva (ela mesma, Julia Roberts) que tem o hábito de abandonar seus
respectivos noivos no altar –e tal recurso (criado possivelmente para atender
as intenções cômicas de Julia Roberts) nunca ganha de fato uma justificativa
plausível que aprofunde a personagem.
Por que ele abandona os noivos no altar?
Qual a razão desse comportamento?
São perguntas que nunca parecem importar à
narrativa, mais do que a sucessão de cenas espontâneas e engraçadas que reúnem
seu par central; retratado, como manda o figurino do clichê, como um casal que
não se bica no início para então perceber, depois de todo um filme, que na
verdade se amam.
Nesse sentido a situação criada no roteiro até
flerta com certa mirabolância: Uma vez que a assim chamada ‘noiva em fuga’ cria
uma péssima situação para o repórter em seu ambiente editorial (ela enviou uma
carta de reclamação que o deixou desacreditado), ele agora está de prontidão: A
moça está de casamento marcado para logo, e ele crê que ela irá abandonar o
altar como fez das outras vezes. Assim ele estará lá pronto para notificar o
ocorrido e no processo limpar seu nome.
Até mais de acordo com os
demais títulos da filmografia do diretor Garry Marshall do que “Uma Linda
Mulher” –filmografia esta na qual predomina uma comédia sentimental pontuada
por um pastelão extremamente ingênuo (e se esse é o melhor comentário que se
pode falar sobre o filme é porque ele não conseguiu chegar lá...) –“Noiva Em
Fuga” nos faz perguntar por que Richard Gere e Julia Roberts esperaram tanto
para reunirem-se novamente em frente às câmeras, visto que quando o fizeram,
optaram por este projeto tão insípido, redundante e pouco memorável.
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