No final da década de 1990, as coisas não
pareciam nada bem para o diretor Kevin Reynolds depois que ele entregou o
catastrófico “Waterworld-O Segredo das Águas”.
Foi necessário que quase uma década inteira se
passasse para ele então entregar um projeto que, se não restabelecia por
completo sua reputação, ao menos mostrava claramente que ele era capaz de
realizar um trabalho equilibrado, eficiente e competente.
Em “O Conde de Monte Cristo”, Reynolds reconta
a história de vingança narrada por Alexandre Dumas com afiada noção de ritmo e
empatia, amparando-se, sobretudo, numa referência ao semi-clássico “Os
Duelistas”, de Ridley Scott.
Amigos de índoles e classes sociais distintas,
o humilde e satisfeito Edmond Dantes (Jim Cazievel, de “A Paixão de Cristo”) e
o fidalgo e rancoroso Fernand (Guy Pierce, de “Amnésia”) encontram um desfecho
de sua amizade quando Dantes cai numa terrível injustiça perpetrada por Fernand
–que lhe cobiça a bela noiva –e mais um punhado de conspiradores.
Acusado de um crime que não cometeu, Dantes é
enviado à prisão conhecida como Ilha do Diabo, onde um padre jesuíta (O grande
Richard Harris), seu companheiro de cárcere, ensina-lhe as artes da esgrima e
de como achar o tesouro desaparecido da Ilha de Monte Cristo.
De volta à civilização, Dantes usará desses
novos recursos para combater os inimigos e o sistema corrupto do qual foi
vítima.
Inteligente, Reynolds moldou o roteiro de sua
adaptação despindo-se da inclinação romântica e clássica que impregnava a obra
literária –recurso adotado em outras adaptações –e aproximando seu filme da
percepção das aventuras contemporâneas enfatizando a boa-venturança na
trajetória de seu carismático protagonista.
O resultado fica num meio
termo ameno entre o convencional e o notável, mas, entrega assim mesmo um
desfecho capaz de fazer o expectador vibrar.
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