terça-feira, 15 de maio de 2018

O Conde de Monte Cristo


No final da década de 1990, as coisas não pareciam nada bem para o diretor Kevin Reynolds depois que ele entregou o catastrófico “Waterworld-O Segredo das Águas”.
Foi necessário que quase uma década inteira se passasse para ele então entregar um projeto que, se não restabelecia por completo sua reputação, ao menos mostrava claramente que ele era capaz de realizar um trabalho equilibrado, eficiente e competente.
Em “O Conde de Monte Cristo”, Reynolds reconta a história de vingança narrada por Alexandre Dumas com afiada noção de ritmo e empatia, amparando-se, sobretudo, numa referência ao semi-clássico “Os Duelistas”, de Ridley Scott.
Amigos de índoles e classes sociais distintas, o humilde e satisfeito Edmond Dantes (Jim Cazievel, de “A Paixão de Cristo”) e o fidalgo e rancoroso Fernand (Guy Pierce, de “Amnésia”) encontram um desfecho de sua amizade quando Dantes cai numa terrível injustiça perpetrada por Fernand –que lhe cobiça a bela noiva –e mais um punhado de conspiradores.
Acusado de um crime que não cometeu, Dantes é enviado à prisão conhecida como Ilha do Diabo, onde um padre jesuíta (O grande Richard Harris), seu companheiro de cárcere, ensina-lhe as artes da esgrima e de como achar o tesouro desaparecido da Ilha de Monte Cristo.
De volta à civilização, Dantes usará desses novos recursos para combater os inimigos e o sistema corrupto do qual foi vítima.
Inteligente, Reynolds moldou o roteiro de sua adaptação despindo-se da inclinação romântica e clássica que impregnava a obra literária –recurso adotado em outras adaptações –e aproximando seu filme da percepção das aventuras contemporâneas enfatizando a boa-venturança na trajetória de seu carismático protagonista.
O resultado fica num meio termo ameno entre o convencional e o notável, mas, entrega assim mesmo um desfecho capaz de fazer o expectador vibrar.

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