Mesmo par de "Cotton Club" e
"Infidelidade", Diane Lane e Richard Gere demonstram neste singelo,
ainda que agradável drama romântico (tão agradável e singelo quanto é o livro
de Nicholas Sparks de onde é adaptado) o quanto sua química, trabalhada ao
longo dessa longeva parceria continua perfeita.
Esse fator faz desse par central a grande razão
de ser do filme, visto que esta produção não se destaca em nenhum outro
aspecto; nem mesmo na tremenda curiosidade mórbida que emana de algumas
produções catastroficamente ruins e que, por isso mesmo, atraem alguma atenção.
É assistível sem ser excepcional. É romântico
sem ser arrebatador. Dramático sem ser triste. Bem-humorado sem ser gracioso.
Adrienne (Diane Lane, facilmente cativante) é
uma mulher de meia idade, ainda bonita e atraente, transtornada por usuais
problemas com a filha e o ainda incômodo divórcio.
Desejosa de ares renovados para se acalmar e pôr
em perspectivas as mudanças de sua vida, ela se propõe a cuidar do chalé de
praia de uma amiga (ponta luxuosa de Viola Davis). O quê a torna recepcionista
de um único hóspede: O Dr. Paul Flanner (Richard Gere, com sua impecável fleuma
de galã veterano), um homem em princípio misterioso e reservado que aparece para
se hospedar no período mais improvável para que tal coisa aconteça –um fim de
semana bucólico que ainda vem com o adendo de um aviso de tempestade.
A história de Paul (ou talvez o idealizado
interesse pela história dele) passa então a ocupar o centro da narrativa quando
inadvertidamente Adrienne passa a reunir indícios das razões que o levaram ali
e que explicam com mais clareza o seu comportamento.
Cirurgião responsável por uma operação
mal-sucedida, ele está lá atrás do perdão do marido (Scott Glenn) de uma paciente sua que
morreu na mesa de cirurgia, um morador local.
Mesmo avisados da proximidade de um furacão, os
dois, Paul e Adrienne, inquilino e pensionista decidem ficar na casa de praia
assim mesmo –e por outras razões que, à essa altura começam a se esboçar
timidamente. Isolados e sozinhos, eles dividem seus problemas e inquietações e
dessa súbita cumplicidade surge o amor.
Mas esse sentimento terá de enfrentar outros
empecilhos para sobreviver além da praia onde se conheceram.
Além do acerto de seu par central, o grande
mérito de “Noites de Tormenta” é jamais querer ser algo que não é, e nesse
sentido, nessa absoluta falta de pretensão, o filme até exagera: Mostra-se
assim tão básico que ostenta lacunas que poderiam até ter sido aprofundadas.
Felizmente, o diretor George C. Wolfe conta com
um casal protagonista brilhante em cena, e eles conseguem enfatizar o romance
que predomina na trama, cuja reviravolta algo manjada do final –bem ao gosto
lacrimoso do autor Nicholas Sparks –serviu de pretexto para muitas expectadoras
românticas ter este filme como um de seus prediletos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário