Um dos astros do ótimo “O Casamento do Meu
Melhor Amigo”, o ator Dermot Mulroney deve gostar muito de comédias românticas
ambientadas em casamentos: Este novo filme do qual é protagonista dialoga de
forma interessante com aquele do qual ele participou nos anos 1990.
Aqui ele é Nick Mercer, um acompanhante de
mulheres solitárias que é recrutado pela desesperada Kate (Debra Messing) para
escapar de uma saia justa: Convidada para o casamento da irmã (Amy Adams), a
ser realizado em Londres, Kate não deseja parecer, aos olhos da família, a
fracassada que pensa ser –ela quer chegar se sobressaindo à mediocridade e
ostentar o namorado mais vistoso, charmoso e apropriado possível; é aí que
entra Nick e sua disponibilidade remunerada.
Quando o casal aporta no meio da numerosa e
tumultuada família –sem o devido tempo para conhecer um ao outro –as coisas
começam a se complicar: Não apenas se somam as neuroses absurdas dos familiares
de Kate (a acidez indiscreta da mãe, o rancor mal disfarçado da irmã), como
também revelações acerca de Jeffrey (Jeremy Sheffield), o ex-noivo de Kate (e
razão principal para que ele chegasse ali acompanhada de alguém...) e, por sinal,
padrinho do casamento, vêem à tona para complicar tudo ainda mais.
Nesse interim, Nick e Kate tornam nebulosas as
regras que os definem como acompanhante e sua cliente, e começam a vislumbrar o
envolvimento de uma relação de verdade.
Como quase toda comédia romântica,
inevitavelmente assolado por uma ou outra cena que irá saturar a paciência do
expectador, o filme, em sua ingenuidade, até consegue se mostrar gracioso
graças à química do casal central: Não só Dermot Mulroney tira de letra as
exigências de um papel ostensivo, mas que ao mesmo tempo exige carisma para
conquistar a torcida do expectador, como, acima de tudo, Debra Messing cativa
com seu registro sem afetações nem exageros das aflições românticas de uma
jovem mulher moderna.
Não há como escapar do que fato de que, no
visual de cartão-postal que evoca, no romantismo etéreo que impõem a todos os
seus desdobramentos e na condução adocicada de sua situação central, o filme dá
um corpo divertido e descontraído à uma quase fantasia masculina: A do príncipe
encantado, digamos assim, que aparece para salvar o dia de uma solteirona e
ainda deixar as outras mortas de inveja dela.
Por esse ângulo, seu resultado simpático é
muito mais válido do que o fetichista “Cinquenta Tons de Cinza”.
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